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CRUELDADE

Raposas sofrem doenças e deformações em fazenda de extração de peles

24 de novembro de 2021
Vanessa Santos | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação | Oikeutta Eläimille

A jornalista Nada Farhoud, editora de Meio Ambiente do jornal britânico ‘Daily Mirror’, entrou em uma fazenda de criação de raposas do Ártico para expor o terror que esses animais selvagens passam antes de terem suas peles vendidas.

Assim que adentra o local, a cena é assustadora: animais com pés deformados, orelhas cortadas e olhos doentes. São centenas de animais em gaiolas minúsculas em um espaço frio e escuro. Localizada na região de Ostrobothnia, na Finlândia, país conhecido por explorar esse tipo de animal para a indústria da moda. Farhoud presencia a desoladora situação que essas raposas selvagens estão vivendo.

Celas minúsculas que não chegam a um metro de diâmetro abrigam animais deformados pela obesidade forçada. Acontece que quanto maiores os animais forem, mais pele eles terão para que os proprietários das fazendas aumentarem seus lucros. Sem nenhum cantinho para descansar, as raposas que ficam sob os ferros em temperaturas baixíssimas, estão com a aparência totalmente deformada, impossibilitando até a identificação da espécie dos animais.

Entre um e dois milhões de raposas são criadas todos os anos em pelo menos 750 propriedades distintas, só na Finlândia. As peles dos animais são usadas para fazer roupas de frio, especialmente judiciosos casacos de pele, que são vestimentas de valores exorbitantes.

A Inglaterra e o País de Gales, por motivos éticos, baniram a prática da criação de raposas para produção têxtil nos anos 2000. A Escócia aderiu logo em seguida, em 2002. Mas as peles ainda são importadas de países como a Finlândia, Polônia e China, e servem as principais marcas de alta costura. “Estou olhando nos olhos de um animal que passou toda a sua vida miserável e atormentada preso em uma gaiola minúscula e estéril para se tornar um item de moda frívolo”, relata Nada Farhoud. “Tem outros animais aqui que caminham incessantemente e puxam seus pelos crescidos demais, apresentando claros sinais de sofrimento psicológico”, lamenta Nada.

Avaliando a tortura que esses animais sofrem, a jornalista manifesta: “Se as pessoas que compram casacos de pele pudessem ver com seus próprios olhos isso aqui, provavelmente reconsiderariam a aquisição desse tipo de mercadoria”. A editora do “Daily Mirror” fez a investigação em conjunto com Claire Bass, integrante da entidade de proteção animal finlandesa Oikeutta Eläimille, entre outros ativistas dos direitos dos animais que lutam para o fim da exploração das raposas do Ártico.

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