Cientistas estão pedindo ao governo da Malásia para proibir a caça de um dos maiores morcegos do mundo, o Pteropus Vampyrus, conhecido como raposa-voadora.
Os pesquisadores dizem que a espécie vai desaparecer da península malaia se o atual nível de caça continuar. Segundo eles, cerca de 22 mil animais são caçados legalmente a cada ano e muitos outros são mortos na clandestinidade.
Em artigo na publicação científica Journal of Applied Ecology, Jonathan Epstein, da organização ambientalista internacional Wildlife Trust, e seus colegas dizem que a espécie pode estar extinta na região já em 2015.
O Pteropus vampyrus pode ter asas com até 1,5 metro de envergadura e são cruciais para os ecossistemas da floresta tropical nessa parte da Ásia.
“Eles comem frutas e néctar e, ao fazer isso, derrubam sementes no solo e polinizam as árvores. Então eles são cruciais para a propagação das plantas da floresta tropical”, disse Epstein à BBC.
As estimativas mais otimistas indicam que a população de morcegos da espécie Pteropus vampyrus na península malaia gira em torno de 500 mil animais.
Caçada
As raposas-voadoras são caçadas no país para alimentação, remédios e esporte. Os caçadores começam a busca pelos animais ao anoitecer, enquanto os morcegos saem para sua própria caçada noturna.
Os pesquisadores fizeram cálculos e chegaram à conclusão que, se as atuais taxas de caçada continuarem inalteradas, serão necessários entre seis e 81 anos para que os morcegos sejam caçados até a extinção.
Os cientistas pesquisaram e coletaram informações do governo da Malásia a respeito das licenças de caça e usaram um programa de computador para prever o destino dos animais de acordo com as variações das taxas de morte e uma série de estimativas da população atual.
Esta foi a primeira vez que a técnica de monitoramento por satélite foi usada para rastrear morcegos na Ásia. O método é geralmente usado para rastrear aves – seu uso para estudar mamíferos é mais raro.
Os pesquisadores capturaram morcegos e colocaram colares em seus pescoços antes de libertá-los. Cada colar enviava um sinal de satélite que permitia que os cientistas rastreassem o animal com ajuda de computadores.
Fonte: Estadão