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Rapaz é condenado a 11 anos de reclusão por arrastar égua

19 de setembro de 2010
3 min. de leitura
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Por Danielle Bohnen (da Redação)

O rapaz que cruelmente amarrou uma égua de sete meses em seu veículo e a arrastou pela estrada, porque ela não queria caminhar, foi declarado culpado por violação à Lei 152 para o bem-estar animal e à Proteção de Animais, no último dia 15. Foi sentenciado a cumprir entre 11 anos e meio a 15 de reclusão.

Lisa Embree cuidando de Milagros. Felizes com o resultado. (Primera / Olimpo Ramos)

Trata-se do primeiro caso de maus-tratos contra animais em Porto Rico que foi julgado até o fim, segundo o fiscal do caso, Andrés Fernandez. “É um precedente muito importante, porque não só foi julgado como também foi considerado culpado. De agora em diante, as pessoas que pensam em maltratar algum animal vão pensar mais vezes antes de fazê-lo”, disse.

Geralmente, neste tipo de caso, as partes chegam a acordos para que sejam aplicadas penas mínimas ou para que o culpado pague os gastos de tratamento do animal. Mas, neste caso em particular, explica, “foi uma crueldade extrema e tivemos que levar até as últimas consequências”.

Segundo o jornal Primera Hora, de Porto Rico, Georgio Lopez Vigo, 23 anos, foi declarado culpado por 12 cidadãos e sua sentença ficou pautada para novembro. Ele terá de cumprir pena entre 11 anos e meio e 15 anos de reclusão. A crueldade aconteceu em 7 de fevereiro, quando um morador de Jardines de Daguey, na cidade de Añasco, denunciou à Polícia sobre um rapaz que estava arrastando uma eguinha pela estrada principal. Quando os policiais chegaram ao local, Georgio se limitou a dizer: “como [o animal] não queria caminhar, arrastei”.

Fernandez disse que, durante o processo judicial, Georgio não mostrou nenhum arrependimento ou, pelo menos, não verbalizou de nenhuma forma. Depois do veredito, foi encaminhado à carcerária Las Cucharas de Ponce. Antes de poder reclamar seus direitos de liberdade sob palavra, explicou o fiscal, terá que cumprir 60% da pena e pagar uma multa de 10.000 dólares. “A justiça foi feita”, declarou.

Para o ex-presidente do Colégio de Médicos Veterinários, Victor Oppenheimer, responsável pela perícia durante o julgamento, o veredito coloca um ponto final ao mito de que nenhuma pessoa poderia ser acusada por maus-tratos aos animais.“Pudemos provar que a Lei 154 é levada a sério e, se é feita uma avaliação do animal de forma profissional e honesta, a lei pode ser cumprida”, disse o veterinário. Agregou ainda que esta condenação é apenas o começo de um grande movimento contra os maus-tratos aos animais. “Isso tem que acabar já. Podemos eliminar os maus-tratos aos animais mudando a mentalidade de terceiro mundo que temos em relação a este assunto”.

Oppennheimer aconselhou os veterinários a prestarem serviços como peritos neste tipo de casos. Além disso, falou ao Departamento de Justiça a respeito do projeto de lei 1371, que estabelece um fundo que seria utilizado nos casos de maus-tratos aos animais para encaminhá-los aos institutos, lares, albergues e para para pagar todos os serviços necessários.

O milagre de Milagros

Lisa Embree, do Programa de Resgate de Cavalos de Porto Rico e do Cidadão Pro Albergue de Animais de Aguadilla, está muito feliz com o resultado. “Graças a Deus por este milagre, porque fizemos justiça. Queremos que este caso seja conhecido, porque assim vamos criar a consciência para a eliminação dos maus-tratos”.

Desde fevereiro, Milagros está sob os cuidados de Embree. Sua recuperação faz honra a seu nome. Sete meses depois de ter sido arrastada, hoje é um animal completamente diferente, apesar dos traumas que marcarão sempre sua vida, pois foi seriamente lesionada.

“Tem a pele bastante saudável, está bem alimentada e desfrutando de sua qualidade de vida. Está brincalhona e gordinha”, afirma Embree. Disse também que Milagros é bastante carinhosa e nem um pouco violenta, como a defesa tentou alegar durante o processo judicial. “Há milhares de cavalos abandonados nas ruas e que são maltratados. É um problema muito sério”, lamentou.

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