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Rabos encontrados em MG eram na maioria de cães, aponta laudo

29 de agosto de 2015
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Ao todo, cerca de 500 rabos de gatos foram achados em São Lourenço (MG) (Foto: Reprodução EPTV)
Rabos de gatos foram achados em São Lourenço (MG) (Foto: Reprodução EPTV)

Um laudo preliminar feito por veterinários da Prefeitura de São Lourenço (MG) apontou que os rabos de animais encontrados na cidade são, na maioria, de cães e que a quantidade, diferente do que foi informado inicialmente, é de 150 e não de 500. Além disso, o documento descarta o uso da carne em uma festa realizada na cidade. Nesta semana, um requerimento foi aprovado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para que o caso também seja investigado também na CPI dos Maus-Tratos, que vai apurar outros casos do tipo no país.
O documento feito pela prefeitura descarta a hipótese levantada pela polícia de que os animais teriam sido usados como alimentos durante a “Festa de Agosto”, que aconteceu na cidade dias antes do aparecimento das caudas. Segundo a análise, os animais foram mortos recentemente, depois da realização do evento.
O secretário de Governo de São Lourenço, Luiz Claudio de Carvalho, não teve acesso ao laudo, mas informou que todas as barracas de venda de alimentos na Festa de Agosto foram vistoriadas. “A Vigilância Sanitária fez a vistoria e o laudo apontou que os rabos foram cortados depois da festa. Nós descartamos a possibilidade de uso dos animais no evento . O laudo foi entregue ao delegado e aguardamos ansiosamente o desfecho dessa história”, reforçou.
Em relação ao número de rabos encontrados, o laudo aponta que apenas 150 foram achados. No entanto, a voluntária da Patrulha Animal, Denise Lage, contesta essa informação. “Foram achados 230 rabos no bairro Vale dos Ribeiros e mais 250 no bairro Palmela. Registramos tudo em fotos e filmagens, para que não haja nenhuma dúvida . Reforçamos ainda que temos a recompensa de R$ 2 mil para quem tiver qualquer pista que leve aos assassinos. O objetivo é descobrir esse mistério”, destacou.
O laudo preliminar foi entregue à Polícia Civil, que não se pronunciou sobre o assunto. O resultado da perícia policial ainda não foi divulgado.
CPI na Câmara dos Deputados
O caso foi parar na Câmara dos Deputados em Brasília (DF). Nesta semana, um requerimento foi aprovado para que o caso seja investigado na CPI dos Maus Tratos. Segundo o deputado federal Laudívio Alvarenga Carvalho, de Belo Horizonte (MG), haverá uma conversa com o delegado responsável pelo caso.
“Vamos conversar com o delegado de São Lourenço, fazer contato com a Polícia Civil e ter acesso aos laudos. A partir disso, com o material em mãos, vamos trabalhar e tentar desvendar esse caso”, disse.
Até 2013 o corte de caudas de animais era permitido, mas uma lei federal proibiu este procedimento desde então. O veterinário Mailson Massahud, de São Lourenço, analisou também parte do material encontrado. “Dos rabos que eu vi, os cortes foram feitos com faca, perto da vértebra”, completou.
No inquérito policial aberto na cidade, criadores do município e região já foram ouvidos. Terrenos também foram vistoriados e cidades vizinhas, como Carmo de Minas (MG), também devem colaborar com a investigação, já que em São Lourenço não há queixas de desaparecimento de animais.
Recompensa de R$ 2 mil
Para tentar identificar responsáveis pelo surgimento de mais de 500 caudas de animais em terrenos baldios de São Lourenço (MG), o grupo “Patrulha Animal” lançou nas redes sociais uma campanha com recompensa de R$ 2 mil para quem tiver pistas sobre o possível autor das mortes.
Segundo a voluntária Denise Lage, a iniciativa do grupo de defesa aos animais tem como objetivo tentar solucionar o caso, que teve início há pouco mais de uma semana, com a descoberta dos rabos dos felinos e até de cachorros. Os primeiros restos de animais foram localizados na terça-feira (18), quando cerca de 150 rabos foram encontrados em um bairro da cidade. A partir daí, mais caudas começaram a aparecer em outros pontos do município. Até o fim da semana foram encontradas outros 400 rabos.
“Nós ainda não temos nenhuma pista do que aconteceu. Estamos fazendo esta campanha para tentar descobrir, porque é um caso muito diferente, muito curioso. Inclusive, além dos R$ 2 mil que dispusemos entre os voluntários, fizemos uma caixinha fechada e lacrada no brechó, para aumentar ainda mais a recompensa e incentivar as denúncias”, declarou Denise.
De acordo com ela, todas as denúncias estão sendo levadas à Polícia Civil, que segue com as investigações. Para Denise, a medida pode facilitar o diálogo. “Tem algumas pessoas que são muito tímidas, muito humildes e que não tem coragem de procurar a delegacia para prestar uma queixa, mas, quem sabe conosco, com a comunidade, seja mais fácil da pessoa se abrir e ainda tem a questão da recompensa”, acrescentou.
Ainda segundo Denise, a suspeita é de que exista na cidade um criadouro de gatos e cães que seriam mortos para o comércio da carne. “Quem está fazendo isso, está fazendo isso de forma comercial. É para obter alguma vantagem financeira. São muitos rabos, muitos animais. Acho improvável que tenha sido só um descarte, porque ninguém viajaria com estes restos de bichos dentro do carro. O odor é muito forte. Imagino que seja gente de São Lourenço que esteja matando”, disse a voluntária.
Fonte: G1

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