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Quinze capivaras morrem atropeladas na Rodovia Raposo Tavares (SP)

1 de setembro de 2015
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Onze capivaras adultas e quatro filhotes foram atropeladas na rodovia (Foto: Marcos Moreira de Almeida/Cedida)
Onze capivaras adultas e quatro filhotes foram
atropeladas na rodovia
(Foto: Marcos Moreira de Almeida/Cedida)

Um grupo de 15 capivaras morreu atropelado na manhã desta segunda-feira (31), no km 609 da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), no trecho de Piquerobi. A fatalidade foi registrada pelo churrasqueiro Marcos Moreira de Almeida, de 43 anos, que passava pelo local por volta das 7h30 e disse ter ficado “chocado” com a cena.
“Quando vi os animais atropelados, resolvi parar. Geralmente vejo alguns animais mortos, como jacaré, tamanduá bandeira, raposa e coelho, mas tudo isso de capivara de uma vez só é a primeira vez”, relatou Almeida, que mora em Piquerobi e viajava para Presidente Venceslau.
Ao todo, ele contou 11 capivaras adultas e quatro filhotes. “Fiquei chocado. Era uma família e uma quantidade muito grande. Alguém precisa fazer alguma coisa para resolver isso”, ressaltou.
O churasqueiro ainda falou ao G1 que o veículo que atropelou os animais não estava mais no local e que a Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart), que administra a rodovia, já havia deixado os animais no acostamento e fazia a limpeza.
“Ali, nos dois lados da pista, tem uma lagoinha onde as capivaras ficam. Acho que elas queriam atravessar e deve ter sido um caminhão, pois um carro pequeno teria se acidentado”, salientou.
A Polícia Rodoviária confirmou que houve a ocorrência, registrada como “atropelamento de animal”, porém, não deu informações sobre o veículo que atropelou as capivaras ou a quantidade de animais que morreram. A corporação salientou também que não teve registro de vítima humana na ocorrência.
Passagem e cercamento
O presidente da Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena), Djalma Weffort, afirmou ao G1 que as capivaras costumam “andar em bando” e que possivelmente se tratava de uma família.
Weffort ainda destacou que a Apoena chegou a fazer uma campanha para que as barreiras de concreto chamadas de “New Jersey” não fossem instaladas para dividir as pistas. “Existe essa preocupação com o trânsito da fauna, mas foram feitas essas muretas de concreto”, disse.
Ele pontuou que, mesmo que haja a passagem subterrânea para os animais, é preciso fazer com que os animais utilizem este túnel. “Primeiro, tem de se ampliar as passagens sob a rodovia e colocar alambrados que cerquem a pista para não deixar que os animais a atravessem. É preciso conduzir os animais para a passagem pelo túnel. Só assim será uma medida eficaz”, explicou o ambientalista.
Outro ponto que Weffort frisou é em relação à conscientização dos motoristas, que devem redobrar a atenção na pista em locais com vegetação e curso d’água. “Atropelamento é ruim para a fauna e ruim para o homem, pois, se for um animal grande, pode causar acidentes com vítimas”, salientou.
Não há uma estatística dos animais atropelados no Oeste Paulista, mas o presidente da Apoena enfatizou que os números são sempre preocupantes, pois há animais que acabam atropelados, ficam feridos e morrem em outros locais. “No passado, perdiam-se muitos animais pela caça. Hoje é por atropelamentos”, finalizou.
Por meio de nota, a Cart lamentou o acidente ocorrido nessa segunda-feira (31) na Rodovia Raposo Tavares.
Orientações
A Cart informou que disponibilizou os recursos necessários no pronto atendimento da ocorrência e que os animais foram retirados do local e levados ao aterro sanitário de Presidente Venceslau, “como determinam os procedimentos da concessionária”.
A Cart ainda enfatizou que está implantando cinco passagens de fauna entre os quilômetros 607 e 613. “Os locais de passagens de fauna são definidos com base em levantamentos realizados durante cinco anos pela Cart que apontaram os pontos de maior incidência e ocorrência envolvendo animais silvestres”, afirmou.
A empresa orientou ainda que os motoristas, ao avistarem um animal na pista, adotem as seguintes medidas: reduzam a velocidade e observem se estão a uma distância segura do veículo que vem atrás. Os condutores devem ligar o pisca-alerta e avisar a Cart pelo telefone 0800 773 00 90; não buzinar ou acender o farol alto, pois a reação do animal é imprevisível; para não assustar o animal, evitar manobras bruscas; e ultrapassar devagar por trás do animal.
Fonte: G1

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