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Quem quer, afinal, a liberdade dos animais? - parte 1

30 de março de 2009
2 min. de leitura
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É muito bonito dizer-se favorável à liberdade dos animais, mas eu me pergunto realmente quem é que quer que eles sejam livres. Pois de alguma maneira, mesmo dentro da ‘causa’, muitos mantêm vínculos invisíveis com essa submissão forçada dos animais não humanos aos humanos. Fora da causa, os interesses econômicos, a cultura da violência e do sadismo, a servidão voluntária perante alguns ‘eleitos’ e as tradições martelam a permanência da escravidão animal neste planeta.

Dentro da dita proteção animal, realmente querem a abolição aquelas que correm atrás dos cachorros de rua, para confiná-los em um cercado junto a outras dezenas ou centenas, e então disparar na Internet apelos com venda de rifa, fotos de feridas e relatos de casos horríveis? Não é uma generalização, cada um sabe da seriedade de seu trabalho, mas acompanho situações em que os animais ‘salvos’ são apenas a bola da vez para suprir as carências de uma vida amarga, um casamento desfeito, uma tristeza que não vai embora, uma busca pela razão de existir – e dá-lhe envio de emails com assuntos tipo ‘SOCORRO! – CASO DA FIFI – VEJAM AS FOTOS!! – REPASSEM!’. Uma ainda pequena parcela da proteção animal evoluiu da mera atividade ‘enxuga-gelo’ e passou à estratégia da castração, muitas vezes lado a lado com o Poder Público. A abolição da escravatura animal faria boa parte da outra parcela entrar em parafuso, apenas.

Quer a liberdade dos animais aqueles que ‘adoram’ cavalos? Que montam, ‘mas sem judiação’, que criam, mantêm cabanhas e têm o maior orgulho de seus exemplares? Se gosta mesmo de um animal, não vai utilizar instrumentos de dominação para andar montado em suas costas. Exagero da minha parte? Vejamos.

Dentro das variações sexuais conhecidas e estudadas, há uma chamada ponygirl. Em um jogo sadomasoquista, a mulher utiliza todos os acessórios que seriam destinados a um equino, como freio na boca, sela nas costas, algemas e afins. O objetivo, de forma consensual, é a submissão ao ‘cavaleiro’, inclusive em público, para aumentar a vergonha/excitação. Repito, submissão. A violência não faz parte dessa encenação, pois os próprios acessórios já foram pensados para fazer cair por terra qualquer tentativa de resistência da ‘égua’ – sentir-se completamente dominada, ‘como um animal’, é o que a realiza sexualmente. E ao cavaleiro.

Pony girl

Percebemos que aquilo que é utilizado nos cavalos, até por quem ‘adora cavalos’, se transposto para os humanos se torna justamente instrumento de submissão, dominação, humilhação, escravidão.

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