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Quem come também morre

7 de fevereiro de 2012
3 min. de leitura
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Por André Batista
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(Foto: Clara Molden)

Faz sete anos que o documentário “A Carne é Fraca” foi lançado pelo Instituto Nina Rosa. O tema abordado, porém, é cada vez mais atual. Bezerros separados da mãe ao nascerem, bois criados em cubículos para que não gastem energia, animais alimentados com vitaminas para engordarem mais rápido e métodos cruéis de abatimento, para que o empresário lucre cada vez mais.

“A carne é uma indústria de US$ 140 bilhões anuais, que ocupa perto de um terço de todo o território do planeta, molda os ecossistemas do oceano e pode determinar o futuro do clima da Terra”, defende Jonathan Foer, em seu livro “Comer Animais” (Ed. Rocco).

Nanci Dainezi é vegetariana há 19 anos. Nesse tempo já influenciou a irmã e sobrinhos a se converterem ao vegetarianismo. E explica o motivo: “Escolhi ser vegetariana porque fui visitar uma grande empresa de manufatura de carnes e vi como é o tal processo de ‘fabricação’. Ninguém me influenciou. Eu vi como as indústrias do ramo tratam cruelmente os animais e as pessoas, já que entopem o gado e outras criações com enormes quantidades de hormônios, que vão, fatalmente, acabar nos pratos dos consumidores. Hoje não carrego a angústia de ser conivente com a matança indiscriminada de animais que têm sentimentos e sofrem como seres humanos.”

O nutricionista especializado em dietas vegetarianas Doutor George Guimarães é um dos estudiosos que defendem o tema: “A dieta vegetariana pode ser perfeitamente adequada ao organismo humano, desde que observados os nutrientes que não podem faltar. Tendo eliminado o risco de carência, essa dieta se torna mais saudável do que a dieta onívora, uma vez que reduz o risco de doenças crônicas e degenerativas, que são relacionadas ao consumo de alimentos de origem animal.”

Especialistas dizem que a dieta vegetariana traz melhorias à saúde

Geisa Moterani, nutricionista especializada em gestão e auditoria ambiental, conheceu o vegetarianismo há mais de dez anos e, animada com os benefícios trazidos pela nova dieta, escolheu cursar Nutrição e aprender mais sobre o assunto. “Muitos artigos mostravam que os vegetarianos não padeciam de certas patologias que estavam presentes em pessoas que ingeriam carne. De início, minha maior dificuldade foi no sentido de organizar um cardápio. Sempre gostei de frutas, verduras, etc., entretanto, imaginava que a ausência da carne me faria uma falta imensa no organismo, em termos de nutrientes. No geral, as pessoas comentavam que isso poderia fazer mal à minha saúde, as opiniões eram negativas. Porém, na medida em que caminhava no vegetarianismo, me sentia fisicamente melhor do que antes”, diz Geisa.

Dentre todas as vitaminas e nutrientes que o ser humano precisa, apenas a vitamina B12 não é encontrada em frutas e vegetais. Acompanhado por um nutricionista, o vegetariano consome suplementos, que têm qualidade semelhante a da própria vitamina. “A minha decisão veio por eu ser contra o maltrato dos animais. Mas, num segundo momento, percebi melhoras na minha saúde. Após me tornar vegetariano, me curei da diabetes e do colesterol alto, além de melhorar o condicionamento físico”, testemunha o analista de sistemas Alisson Paiva.

Os adeptos concordam que a falta de informação constrói o preconceito. Alisson conheceu o tema através do “A Carne é Fraca”, teve o apoio dos amigos, encontrou uma vasta gama de sites e livros com dicas e há quatro anos não come nenhum tipo de carne. E sem sentir falta.

Fonte: O Estado do Rio

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