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DESTRUIÇÃO

Queimadas põem em risco animais silvestres e levam ao desequilíbrio ambiental

17 de setembro de 2021
Beatriz Silva | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Incêndios florestais têm atingido o Sul de Minas Gerais trazendo prejuízos ambientais um após o outro. De janeiro a julho deste ano já foram registradas 2,4 mil ocorrências, levando à morte de animais, e obrigando outros a migrarem para ambientes urbanos em busca de alimento. Este é um exemplo do desequilíbrio ambiental causado pelas queimadas, que pode levar animais à extinção.

As queimadas no Sul de Minas são mais intensas no período de julho a setembro, segundo o Corpo de Bombeiros. Em entrevista ao portal G1, a bióloga Ana Bárbara Barros, de Pouso Alegre, diz que as queimadas são prejudiciais não só à fauna e à flora, mas também aos humanos. Ela acredita que grande parte dos incêndios que estão ocorrendo são criminosos, já que incêndios naturais são raros.

Incêndio em Brazópolis, MG. | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Ainda segundo Ana Bárbara Barros, esses incêndios criminosos geralmente são frutos da prática agropecuária, e costumam começar em 5 pontos diferentes ao mesmo tempo em que se espalham. Já os incêndios naturais podem acontecer quando raios caem e as fagulhas se espalham, até atingirem a vegetação.

Os mamíferos como macacos, lobo-guará, jaguatirica, puma e cachorros do mato, são os primeiros a serem atingidos pelo fogo, e animais rastejantes como a cobra são atingidos logo depois. A bióloga explica que áreas de preservação podem levar até 100 anos para serem restabelecidas, atingindo os animais de forma direta e consequentemente levando-os à extinção.

A fauna pode ser atingida de forma direta e indireta. Se o ecossistema for alterado, o animal vê-se obrigado a buscar alimento em outro local, como em áreas urbanas, colocando-se em perigo. Como no caso do ouriço que foi encontrado na rodovia e resgatado pela bióloga, o animal estava provavelmente fugindo do seu habitat natural em busca de alimento para garantir sua sobrevivência. Ana Bárbara explica que o contato direto com a fauna silvestre pode trazer o risco de doenças para ambas as partes. Há a chance de patógenos serem transmitidos de um para o outro, e vice-versa.

Ouriço foi achado às margens de rodovia em Pouso Alegre, MG. | Foto: Ana Bárbara Barros/Reprodução/G1

Outro caso parecido aconteceu em uma fazenda em Guaxupé, MG. O radialista Marco Aurélio Felito, que está acostumado a encontrar os animais por perto de casa, deu de cara com lobos guará no seu quintal. No dia do encontro, as chamas atingiram a vegetação perto de sua fazenda. Segundo ele, o filho dos lobos morreu na queimada que durou duas noites e 3 dias, e só foi possível ajudar os animais no primeiro dia devido a proporção do fogo.

Os incêndios florestais que ocorrem no Sul de Minas podem ter impacto direto na Amazônia. De acordo com a bióloga Ana Bárbara Barros, existe uma perspectiva de que as queimadas alterem o regime de chuvas na América do Sul, assim como a derrubada da Amazônia, que tem impacto direto em Minas.

Para Ana Bárbara Barros, somente através de conscientização é que pode-se combater as queimadas. E quanto a ajudar aos animais, a população pode oferecer frutas e água para ajudar na recuperação deles, em áreas próximas às unidades de preservação.

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