A queimada é a segunda de grandes proporções a atingir a região nos últimos dois meses
O incêndio florestal que devasta o Pantanal de Mato Grosso do Sul há 10 dias destruiu uma área equivalente à cidade do Rio de Janeiro, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Na região de Corumbá e Miranda, 122 mil hectares foram destruídos.
A queimada é a segunda de grandes proporções a atingir a região nos últimos dois meses. Na primeira, 35 mil hectares foram devastados. Desta vez, porém, a dimensão do fogo é maior.
De acordo com o governo, o incêndio atingiu “proporções nunca registradas” e o cenário é “de devastação”. As chamas começam na BR-262, que leva à Corumbá, e seguem até regiões de difícil acesso no meio da mata. Apesar da rodovia não ter sido interditada, a Polícia Rodoviária Federal sugeriu que os motoristas a evitem à noite. Nela, há fogo de um lado, vegetação queimada do outro e uma cortina de fumaça. As informações são do G1.
Na mata, foram encontrados animais queimados, como jacarés. Outros, que sobreviveram, tentaram fugir da região para se proteger. O fogo também secou alagados. Em um deles, as plantas aquáticas deram lugar às cinzas e foram encontrados peixes se debatendo na lama.
Brigadistas e bombeiros têm agido contra o fogo, com o auxílio de três aviões. Mais de 200 litros de água foram lançados pelas aeronaves. Uma delas, de Mato Grosso, voou por 30 horas e seguiu para Cuiabá (MT) para ser submetida a uma manutenção preventiva.
Além dos aviões, máquinas estão sendo usadas para abrir estradas para levar caminhões com água até as regiões atingidas pelo fogo.
Cerca de 30 militares do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, que agiram contra o fogo no Pantanal sul-mato-grossense em setembro, devem retornar para a região esta semana, a pedido da Defesa Civil, para ajudar nas ações de combate à queimada. Além disso, os bombeiros de Mato Grosso do Sul devem receber doações da WWF de novos kits de combate a incêndios.
Os trabalhos, porém, estão sendo dificultados pela baixa umidade relativa do ar, por ventos fortes e pelas temperaturas altas, que fazem com que o fogo se espalhe rapidamente.
Municípios do estado decretaram estado de emergência em setembro devido às queimadas. No entanto, as chuvas do fim do mês permitiram que o fogo fosse controlado, o que levou a desmobilização das equipes e ao fim dos trabalhos na região.