A queda de um cavalo antes da procissão da Rainha Santa gerou uma onda de indignação nas redes sociais e os vídeos divulgados levaram o PAN a pedir, já esta segunda-feira, “um pedido de esclarecimento para a Câmara Municipal de Coimbra e para a Guarda Nacional Republicana”.
A informação foi avançada pelo próprio partido, através da sua conta de Instagram, na qual publica um vídeo que mostra os momentos de aflição do animal. O PAN acrescenta ainda que também irá pedir “esclarecimentos ao Ministério da Administração Interna”.
No post divulgado, o PAN enumera diversos pontos relativos à situação em causa, assumindo, por exemplo, que conseguiu apurar que “as quedas dos animais são recorrentes neste local, havendo ocorrências em eventos anteriores, porquanto os cascos não se seguram no pavimento da rampa, factualidade que constitui inevitavelmente um sério de risco de queda e consequentemente dos animais virem a sofrer graves lesões físicas”.
O Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza considera ainda que num dia de tanto calor, em que se chegou aos 38 graus na cidade de Coimbra “não se compreende por que motivo se utilizaram animais no referido evento, pois que o nível de stress e esforço físico a que são submetidos são conducentes a estados extremos de exaustão, comprometedores da saúde e do bem-estar dos animais“.
A TVI/CNN Portugal contactou fonte oficial da Câmara Municipal de Coimbra, que explicou que “apesar do evento estar ligado às festas da cidade, nada tem a ver com os atos religiosos”, remetendo para a Confraria Rainha Santa Isabel outros esclarecimentos: “Apesar de autarquia apoiar com um valor monetário a Confraria, não tem nada a ver com a organização dos momentos religiosos”.
Já fonte da Confraria Da Rainha Santa Isabel, explicou à TVI/CNN Portugal que “todos os anos é colocada uma passadeira naquela local” e que “este ano não foi colocada, mas desconhecem “os motivos” e é uma “situação à qual são alheios”. Confirmam que são eles que “organizam os eventos religiosos”, mas que material usado “pertence à autarquia e são eles que cedem”. Até porque, “as festas, e eventos, sempre se realizaram e Câmara sabe o que fazer”.
A mesma fonte da Confraria Da Rainha Santa Isabel, acrescentou que “estes incidentes não são habituais”, exatamente, porque costuma “haver uma passadeira”. Em relação ao calor que se fazia sentir, lembrou que “as festividades são planeadas com meses de antecedência”. Ou seja, não era possível saber que iria estar “tanto calor”. Como em Coimbra não a GNR não tem cavalos, os animais costumam ser trasportados de Lisboa ou do Porto, após fazerem esse pedido.
A TVI/CNN Portugal também pediu esclarecimentos à GNR, que explicou o sucedido: “Na sequência da realização de um acompanhamento a uma procissão, a Guarda Nacional Republicana (GNR) empenhou quatro militares a cavalo para prestar o referido serviço. Durante o deslocamento, ainda apeado, para o local do início da procissão, os últimos dois cavalos tiveram dificuldades a subir a rua em virtude de ter um piso vidrado, provocando desta forma a falta de aderência entre os solípedes e o solo”.
Ainda segundo a GNR, “o terceiro cavalo conseguiu subir a rua, contudo, o quarto e último cavalo não o conseguiu fazer, tendo caído durante o deslocamento. No seguimento da ação, o cavalo conseguiu sair por si mesmo depois de terem sido colocados tecidos no chão para garantir a aderência e permitir a sua saída”. Por fim, a Guarda Nacional Repúblicana garante que “ambos os cavalos foram observados pelo serviço de medicina veterinária da Guarda, encontrando-se bem e sem problemas de saúde”.
Segundo avança o jornal, Noticias de Coimbra, que esteve no evento, “um dos quatro cavalos da GNR que, tradicionalmente, abrem a procissão da Rainha Santa, neste domingo, escorregou e acabou por cair, junto à Igreja de Santa Cruz”. De acordo com a mesma fonte, “os animais tiveram alguma dificuldade para atravessarem a praça, escorregando por várias vezes, mas três conseguiram subir a rampa em direção à Rua Visconde da Luz, já o quarto cavalo acabaria por não conseguir levantar-se do chão, mesmo com ajuda humana”. Terá sido necessário utilizar “panos” colocados “debaixo do animal, para o retirar do local”.
Por fim, ainda segundo o jornal Noticias de Coimbra, a indignação não se ficou pela redes sociais. Várias pessoas que assistiam ao evento mostraram a sua revolta e apelaram mesmo para “deixarem os animais em paz com este calor”. Outros pediram “respeito pelos animais”.
Fonte: CNN Portugal (mantida a grafia original).