Os moradores estão indignados que pelos quatro coalas que foram queimados até a morte em uma queima controlada pelo governo dentro de um parque nacional. A queima foi parte da prevenção de incêndios florestais realizada na última semana no “Parque Nacional Mount Richmond”, localizado no sudoeste de Victoria, na Austrália.
Dois dos marsupiais foram encontrados mortos na zona de incêndio de 10 hectares e outros dois sofreram queimaduras graves, desidratação e tiveram a morte induzida. Os visitantes do parque nacional encontraram os coalas sobreviventes que estavam se contorcendo de dor por dias e alertaram as agências de resgate da vida selvagem.
“Fiquei chocado com um animal em particular, suas queimaduras foram muito graves. Patas traseiras queimadas, toda a pele em suas orelhas foi chamuscada”, disse uma testemunha ao Yahoo News.
O “Departamento de Meio Ambiente de Victoria” disse que realizou uma “queima de baixa intensidade”, mas testemunhas afirmaram que os incêndios eram “grandes e fortes”, atingindo o topo de eucaliptos usados como habitats dos coalas. O grupo “Amigos da Terra Melbourne” também afirmou que grandes pilhas de excrementos de coala foram encontradas dentro da zona de incêndio designada, antes que a queima fosse realizada, confirmando a concentração dos animais no local.
“É óbvio que o local é cheio de coalas. Ver mortes tão desenfreadas de animais em um Parque Nacional é particularmente horrível”, disse o grupo de defesa.
O “Departamento de Meio Ambiente” disse que a intenção era apenas de uma queimada controlada habitual, buscando “minimizar os impactos sobre a vida selvagem”. Mas o grupo de defesa questionou por que as árvores conhecidas como habitats de coalas não foram protegidas e por que os coalas sobreviventes não foram resgatados após a limpeza das folhagens queimadas.
Mais queimadas controladas devem ser realizadas na área
O deputado do “Partido da Justiça Animal”, Andy Meddick, disse que iria questionar a ministra do Meio Ambiente Lily D’Ambrosio sobre os coalas e pedir que os incêndios fossem interrompidos até que suas mortes fossem devidamente investigadas.
“Todos os esforços deveriam ter sido feitos para fazer uma contagem da população e tirar os coalas da zona de perigo”, disse ele.
Os coalas não são protegidos como ameaçados de extinção em Victoria, ao contrário de Queensland e NSW (Nova Gales do Sul), que os protegem legalmente. As populações de coalas diminuíram consideradamente por causa desses incêndios florestais, doenças e remoção de habitats da urbanização, pastagem, agricultura e mineração.
Uma “Estratégia Koala” foi implantada em NSW para proteger as espécies, incluindo US$ 107,1 milhões (cerca de 500 milhões de reais) para a conservação do habitat dos coalas, US$ 19,6 milhões (cerca de 90 milhões de reais) em apoio comunitário para a conservação dos coalas. Outros US$ 23,2 milhões (cerca de 100 milhões de reais) foram reservados para um programa de segurança de coalas e US$ 43,4 milhões (cerca de 200 milhões de reais) para ciência e pesquisa sobre a espécie.
No início deste ano, a ministra federal do Meio Ambiente, Sussan Ley, rebaixou o status de conservação dos coalas na costa leste do país em nível da Commonwealth (organização intergovernamental composta por 53 países independentes), de acordo com uma recomendação do “Comitê Científico de Espécies Ameaçadas do Governo”.
O deputado Justin Field pediu ao governo que pare de devastar, queimar e cortar as árvores do habitat de coalas nas florestas estaduais e terras públicas de NSW. “No momento, o habitat de coalas é de alta qualidade com populações de animais residentes e está sendo destruído em nossas florestas estaduais em NSW. Isso é simplesmente inaceitável. Existem muitas ameaças aos coalas aqui na região devido a extração de madeira do habitat deles em nossas florestas estaduais. Isso pode e deve parar agora”, disse.