Por Karoline Zilah
A Polícia Civil de Campina Grande, no Agreste paraibano, investiga as mortes de quatro cachorros com suspeita de envenenamento em um intervalo de menos de 15 dias em uma mesma rua no bairro do Catolé. No sábado (23), o proprietário de um dos cães procurou a Central de Polícia e registrou um boletim de ocorrência.
O primeiro cachorro teria morrido há cerca de 15 dias, outros dois em 16 de março e o último na quarta-feira (21). Um dos alvos foi a cadela Kia, filhote da raça labrador de quatro meses de vida, criado pela família do perito criminal Martos Themóteo Sousa. “Há quinze dias, uma outra cadelinha também tinha sido assassinada por envenenamento. Na sexta foram mais dois e na quarta-feira foi a vez da nossa. Ela agonizou, se debateu bastante e morreu em torno de 40 minutos depois. Minha filha está em depressão, já a levamos ao médico dois dias seguidos”, disse.
Segundo Martos, a família se desesperou em busca de um veterinário para atender a cadela, mas nenhum profissional foi encontrado a tempo. Ele ainda procurou emergências de hospitais em busca de informações sobre medicamentos que pudessem cortar o efeito da intoxicação. “Não sei precisamente qual foi a substância que ela ingeriu. Infelizmente, aqui em Campina a Polícia Civil não tem como realizar este exame”, informou.
De acordo com a delegada plantonista Mairam Moura Ferreira, que recebeu a queixa, ela orientou a família responsável por Kia a providenciar um exame de sangue para confirmar se a cadela morreu intoxicada. O caso será encaminhado à 6ª Delegacia Distrital, responsável pela investigação de casos no bairro do Catolé.
“O delegado distrital deverá ouvir depoimentos e avalir o resultado dos exames. O caso se enquadra como crime de maus-tratos aos animais. É um crime ambiental que deve ser investigado”, explicou Mairam. Segundo Martos Sousa, a versão original da carta será entregue à Polícia Civil para que perícias possam ajudar na identificação do autor.
Segundo os moradores que procuraram a Central de Polícia para prestar queixa, o responsável teria enviado cartas anônimas antes de jogar veneno nas casas onde os animais eram criados. Nenhum envolvido no caso foi identificado, mas, com base no conteúdo da carta, o dono de uma cadela morta disse suspeitar de vizinhos. “Acredito que seja uma pessoa muito próxima”, comentou o perito criminal.
Segundo Martos, as mortes de cachorros na Rua João Lélis começaram depois que os tutores receberam uma carta anônima, cujo remetente se queixava do barulho na vizinhança. Veja abaixo o conteúdo:
“Prezados amigos, nosso setor sempre foi calmo e silencioso, mas os cachorros de vocês latem muito e estão incomodando os vizinhos. Por favor, tomem as providências para que possamos reaver a nossa tranquilidade. Obrigado”.
“Poucas casas não têm cachorros aqui e nenhum deles fazia barulhos que vinham a incomodar. Todo cão late em determinado momento, por exemplo, quando as crianças chegam da escola ou quando brincam com uma bola ou um disco. É normal”, se defendeu o tutor da última cadela morta.
Fonte: G1