Na segunda-feira (09/12), a Unidade de Controle de Crimes contra a Vida Selvagem do Departamento Florestal de Bangladesh respondeu a uma denúncia anônima na vila de Chandpur. A chamada os levou a um armazém, onde encontraram quase mil tartarugas ameaçadas de extinção no centro de um esconderijo abandonado de tráfico.
De acordo com o inspetor da Unidade de Controle de Crimes contra a Vida Selvagem, Asim Mallik, foi o maior resgate de tartarugas de água doce ameaçadas de extinção na história da unidade.
“Moradores locais e comerciantes nos informaram que uma organização ilegal vinha operando esse negócio sob o disfarce de comércio de peixes há muito tempo”, disse Mallik ao The Business Standard, um jornal de Bangladesh. “As tartarugas estavam sendo mantidas no armazém para serem traficadas para a Índia através da fronteira de Benapole.”
No momento da publicação, nenhuma prisão havia sido feita — mas as tartarugas estavam em segurança. “Ação legal está em andamento, e um caso será registrado para levar os responsáveis à justiça”, prometeu Mallik.
A impressionante quantidade de tartarugas, que juntas pesavam aproximadamente 800 quilos, incluía três espécies ameaçadas: a tartaruga-indiana (Pangshura tecta), a tartaruga-marrom (Pangshura smithii) e a tartaruga-do-lago-amarela (Mauremys mutica).
A operação foi conduzida na noite de 9 de dezembro e continuou até a manhã do dia 10. Felizmente, disse Mallik, a equipe agiu a tempo. “Todas as tartarugas resgatadas estavam vivas”, assegurou.
Mallik também destacou que todas as tartarugas resgatadas são protegidas pela Lei de Conservação e Segurança da Vida Selvagem, adicionada à Constituição da República Popular de Bangladesh em 2012. A lei proíbe a captura, transporte e venda dessas espécies ameaçadas.
Em Bangladesh e na Índia, tartarugas e cágados raros são contrabandeados através da fronteira por diversos motivos: alimentação, medicina e até como “amuletos da sorte”. No entanto, os cágados e tartarugas de água doce são vitais para ajudar seus ambientes naturais e manter as vias aquáticas limpas.
Por exemplo, eles se alimentam de algas e organismos que consomem algas, além de dispersarem sementes de plantas, árvores e fungos essenciais enquanto forrageiam e cavam. Também estão entre os poucos animais aquáticos que se alimentam de restos de animais, como peixes mortos — um hábito que mantém seus habitats saudáveis.
Para Mallik e sua equipe, ficou claro que a operação de resgate foi algo sem precedentes. Ele tem esperança de que a escala dessa operação traga mais atenção às tartarugas ameaçadas e aos benefícios inestimáveis que elas trazem ao meio ambiente.
“Esta é a maior apreensão de tartarugas já registrada em Bangladesh”, reconheceu, parabenizando os esforços dos funcionários do Departamento Florestal. “As tartarugas resgatadas estão atualmente sob os cuidados do Departamento Florestal e em breve serão liberadas em corpos d’água naturais.”