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HOLOCAUSTO

Quase 90 bilhões de animais são mortos para consumo no mundo

10 de outubro de 2021
Beatriz Paoletti | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixapay

A quantidade de animais que são mortos anualmente é de 88 bilhões, equivalente a 11 vezes a população humana global. Esses dados são da Humane Society International (HSI). 

Muitos desses animais morrem dentro do sistema intensivo, o qual não proporciona uma vida digna a eles, sem capacidade de se comportarem naturalmente sem privações. Um exemplo de limitação são os espaços os quais eles são mantidos. 

“A criação de animais para consumo é responsável por cerca de 14,5% – 16,5% das emissões de gases de efeito estufa induzidas pelo homem no mundo todo, em paridade com os níveis de emissões de todo o setor de transportes”, observa a HSI.

O Brasil é o terceiro país que mais produz carne no mundo e o que mais exporta globalmente carne. Por ser um dos principais neste mercado, o país contribui amplamente nos impactos ambientais decorrentes do abate de animais para consumo. Além disso, o Brasil é o maior produtor e exportador de soja destinada a alimentar animais criados para o consumo humano.

A produção de carne bovina e não bovina, além da produção de leite e ovos requer quantidades de água em abundância,. “A produção de um quilo de frango requer em média 4.325 litros de água, ante 1.644 litros necessários para a produção de um quilo de cereais ou leguminosas”, diz o estudo “The Water Footprint: The Relation Between Human Consumption and Water Use”, de Arjen Y. Hoekstra.

A Organização das Nações para Alimentação e Agricultura (FAO) vê a pecuária como uma das três principais atividades que são prejudiciais ao meio ambiente. 

Os animais terrestres que mais sofrem dentro do sistema de morte para consumo são as aves, principalmente os frangos, que morrem aos bilhões por ano só no Brasil. Além disso, são os animais mais negligenciados em relação ao chamado “bem-estar animal”.

Outro número que chama atenção no Brasil é o de rebanho bovino, com uma população de 252 milhões, muito maior que a humana, de 213,3 milhões. A pecuária está atrelada ao desmatamento e subutilização e degradação do solo, além de gerar emissões de GEE também a partir do metano (muito mais potente do que o CO2) e de resíduos animais.

São muitos os animais que se alimentam de vegetais que são mortos no Brasil para o consumo humano, mesmo havendo a possibilidade de criar animais e optar pelo consumo de vegetais e de alimentos de origem vegetal. Estas opções seriam melhores para o ambiente, exigiria menor quantidade de água e terra, evitaria o surgimento de doenças zoonóticas, além de poupar a vida de inúmeros seres, que são mortos desnecessariamente.  

A mudança precisa vir logo se não é difícil esperar o melhor para as próximas décadas, visto o aumento da população e consequentemente o aumento da criação de animais para abate caso não haja conscientização sobre a importância de novos hábitos alimentares. As consequências desta atividade econômica vêm se mostrando cada vez mais graves.

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