De acordo com informações do jornal Daily Mirror, os experimentos, que fazem parte do programa de pesquisa do Ministério da Defesa, envolviam injetar armas biológicas em macacos, atirar e explodir porcos e forçar outros animais a respirarem gases que afetam o sistema nervoso.
Esses experimentos levaram 48.400 animais à morte no Laboratório Militar de Ciência e Tecnologia de Defesa, em Wiltshire (Inglaterra), entre 2010 e 2017.
Em um teste, os macacos foram injetados com antraz, enquanto os pesquisadores monitoraram o nível de dor dos animais e a quantidade de tempo que eles levavam para morrer, segundo o relatório.
Em outro experimento, os animais explorados como cobaias tiveram o agente nervoso VX aplicado às suas costas, a fim de determinar como outro químico, bionecrófago, mudaria os efeitos da droga.
Os animais que sobreviveram ao teste foram mortos de qualquer maneira e dissecados, afirma o relatório.
Alguns animais eram forçados a respirar gás de mostarda, um carcinógeno que queima os pulmões, causando inchaço e formação de bolhas ao fechar as vias aéreas.
Para testar a eficácia da armaduras corporais, os porcos eram envolvidos em armaduras-teste antes que os explosivos fossem ativados.
Após as explosões, os cientistas avaliariam os porcos para ver quais partes do corpo estavam protegidas e quais estavam danificadas.
Na Dinamarca, o exército britânico também utilizou experimentos com “tecidos vivos”, em que porcos são baleados em diferentes partes do corpo com rifles, acompanhados por médicos do Exército que lutam para manter os animais vivos.
Questionado sobre esses testes pelo Daily Mirror, o Ministério da Defesa disse: “O DSTL é responsável por desenvolver e criar tecnologia indispensável para proteger o Reino Unido e suas forças armadas”.
“Isso não poderia, atualmente, ser alcançado sem o uso de animais em pesquisa. O DSTL está comprometido em reduzir o número de experimentos com animais”
No entanto, as organizações de direitos animais discordam e chamam esses tipos de testes desnecessários e absolutamente cruéis
“Os animais sofrem e morrem em tantos tipos diferentes de experiências, mas há algo especialmente obscuro e perturbador nas experiências de guerra”, disse a gerente da Campanha Anti-viviseccção de Animais, Jessamy Korotoga.
“Expor deliberadamente animais vivos a compostos químicos nocivos, explosões simuladas e patógenos biológicos que são conhecidos, e de fato desenvolvidos para causar sofrimento extremo e morte, é moralmente inconcebível”.
“Uma sociedade civilizada, no século 21, não deve se envolver em práticas tão macabras e terríveis”, concluiu a ativista.