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Quando John C. Reilly desistiu de filme por ser contra a morte de um burro

11 de julho de 2019
2 min. de leitura
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Por David Arioch

Insistindo contra a prática, o ator abandonou o filme lançado em 2005 e acabou substituído pelo ator esloveno Zeljko Ivanek (Fotos: Getty)

Há 15 anos, o ator John C. Reilly estava em Trollhättan, na Suécia, participando das filmagens do filme “Manderlay”, do controverso cineasta dinamarquês Lars Von Trier, quando afirmou que não continuaria na produção ao saber que um burro seria morto durante as gravações.

À época, o produtor executivo Peter Aalbaek justificou à agência de notícias Ritzau que “o animal já estava velho e doente e que o sacrifício seria um gesto humano”.

“Todo o processo foi monitorado por um veterinário. Estávamos muito conscientes disso porque não queríamos 70 mil grupos de direitos animais nas nossas costas”, disse. E polemizou: “Poderíamos matar seis crianças em um filme sem que ninguém fizesse essa confusão.”

A preocupação de John C. Reilly, conhecido por filmes como “Boogie Nights”, “Chicago” e “Precisamos Falar Sobre Kevin” era também com o fato de que no contexto de “Manderlay” o animal seria morto e reduzido a pedaços de carne entre os moradores do lugarejo.

Insistindo contra a prática, o ator abandonou o filme lançado em 2005 e acabou substituído pelo ator esloveno Zeljko Ivanek. A cena da morte do burro foi gravada, embora não tenha entrado na edição final para evitar mais problemas com ativistas dos direitos animais.

Em 2018, Lars Von Trier também gerou alvoroço com a cena de um patinho que teve suas pernas arrancadas com um alicate em “A Casa que Jack Construiu”. Em defesa do filme, ele explicou que o patinho não era de verdade e recebeu o apoio da PETA.

Outros animais usados como meio de transporte de humanos ou de cargas também tiveram a morte decretada no cinema. Em “Andrei Rublev”, de 1966, Andrei Tarkovsky mostra um cavalo levando um tiro no pescoço e sendo empurrado escada abaixo.

Trinta anos antes, em “A Carga da Brigada Ligeira”, de 1936, pelo menos 25 cavalos foram mortos na obra de Michael Curtiz. Já em 1939, um cavalo quebrou a espinha depois de cair de uma altura de pouco mais de 20 metros durante a filmagem de “Jesse James”, de Henry King. E há muitos outros exemplos.


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