Nem todos os felinos silvestres do Brasil respondem da mesma forma às mudanças ambientais causadas pelas atividades humanas, como desmatamento e abertura de estradas.
A partir de mais de 14 mil registros das nove espécies brasileiras de gatos selvagens, compilados em 13 plataformas públicas, pesquisadores do campus de Rio Claro da Universidade Estadual Paulista (Unesp) traçaram um retrato ecológico desses animais ante as mudanças antrópicas.
Suçuaranas (Puma concolor) e jaguarundis (Herpailurus yagouaroundi) surpreenderam na capacidade de ocupar áreas perto de plantações e de pastagens, enquanto onças-pintadas (Panthera onca) e jaguatiricas (Leopardus pardalis) evitam estradas e precisam de alguma vegetação natural. Os gatos-do-mato menores, como o gato-maracajá (L. wiedii), precisam viver em floresta bem preservada.
De acordo com a bióloga boliviana Vanesa Alegre, atualmente pesquisadora no Instituto Mamirauá, a classificação funcional proposta por esse estudo ajuda a prever quais espécies são mais vulneráveis à perda de hábitat e a planejar ações de proteção (Biological Conservation, novembro).
Fonte: Revista Pesquisa FAPESP