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CEARÁ

Quando a fé se afasta da compaixão: Padre dá mau exemplo ao criticar a presença de cachorros na Igreja

21 de setembro de 2025
Redação ANDA
4 min. de leitura
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As palavras proferidas por líderes religiosos têm força e impacto na sociedade. Por isso, ouvir um discurso de desprezo contra cães, feito pelo padre Acúrcio Barros, da paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Brejo Santo, no Ceará, nos causa uma grande indignação.

Esse tipo de fala contradiz os ensinamentos cristãos de amor e misericórdia e se opõe à história da própria Igreja, marcada por exemplos de santos que dedicaram suas vidas a cuidar e a defender os animais.

São Francisco de Assis é o exemplo mais conhecido desse amor. Ele via em cada animal a presença divina, chamando-os de irmãos e irmãs menores. Sua espiritualidade inspirou uma forma de relação baseada no respeito e na harmonia com toda a criação. Ao lado dele, Santa Clara compartilhou dessa visão de compaixão, vivendo uma vida de simplicidade, cuidado e profunda reverência por todos os seres.

Mas Francisco e Clara não foram os únicos.

São Roque tem sua história conhecida por sua relação com um cão. Depois de contrair a peste negra, muito doente e isolado na floresta, ele teria sobrevivido graças a um cão que, todos os dias, lhe levava um pão. Em gratidão, São Roque abençoou o animal e o gesto qse tornou símbolo de cuidado e fidelidade entre humanos e animais.

Santa Gertrudes de Helfta e Santo Antônio de Pádua também manifestaram amor e ternura pelos animais, reconhecendo que Deus se reflete em toda a criação.

A verdadeira fé não se expressa em desconsideração, mas em acolhimento e proteção aos mais frágeis.

Em um mundo onde milhares de cães e gatos sofrem diariamente com abandono e maus-tratos, a palavra de um padre deveria ser uma voz de esperança e compaixão, não de repulsa. Incentivando os fiéis a adotarem, a cuidarem de animais em situação de vulnerabilidade.

Quando alguém que ocupa essa posição de autoridade fala contra os animais, corre-se o risco de incentivar atos de violência e indiferença, aumentando o sofrimento.

Que a fé seja um caminho para a defesa da vida em todas as suas formas e não um instrumento de exclusão.

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