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SAÚDE

Quais os impactos da poluição nos animais que vivem nas grandes cidades?

A poluição pode causar diversos danos à saúde dos animais domésticos e é prejudicial, especialmente, para o sistema respiratório. Alguns cuidados diários podem ajudar a prevenir esses problemas

9 de abril de 2025
Danielle Assis
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Principalmente nas grandes cidades, os impactos da poluição na saúde e no meio ambiente são um tema muito abordado devido aos seus malefícios. Porém, eles também fazem mal para os animais domésticos?

Segundo a médica-veterinária com especialização em pneumologia veterinária, Bárbara Cristina Tomoto Farrapo, a exposição dos animais a poluentes aéreos pode sim desencadear algumas doenças respiratórias.

“A exposição contínua a inalantes irritantes, que estão presentes na poluição, causa uma série de reações inflamatórias, danos ao epitélio e acúmulo de muco no sistema respiratório, que podem levar a enfermidades agudas ou crônicas. As mais comuns são a bronquite crônica e asma felina”, comenta.

A asma felina é a principal doença inflamatória que acomete o trato respiratório de gatos domésticos. Sua prevalência é de 1% a 5% e a enfermidade atinge, geralmente, os animais jovens (ALMEIDA et al., 2024).

Já a bronquite crônica é uma doença de alta ocorrência nos cães. Não possui cura e ocorre, principalmente, em animais de meia idade ou idosos de porte pequeno. Os três fatores etiológicos considerados mais importantes no seu desenvolvimento são exposição a fumaça de cigarro, poluição atmosférica e presença infecções (FILHO et al., 2019).

Outros malefícios da poluição na saúde dos animais, conforme afirma a profissional, são reações alérgicas e ressecamento de mucosas.

Sintomas dos danos causados pela poluição na saúde dos animais 

Não é fácil de identificar os danos da poluição na saúde dos cães e gatos, pois nem sempre sinais clínicos são claros. Bárbara comenta que os sintomas das enfermidades podem ser inespecíficos, como perda de apetite, apatia e prostração, ou específicos. “Os sinais clínicos sugestivos de comprometimento respiratório incluem intolerância ao exercício, dificuldade respiratória, cansaço, tosse, espirros e secreção nasal”.

Além disso, ainda de acordo com a doutora, os animais que já possuem doenças respiratórias crônicas são os mais vulneráveis a crises e complicações em decorrência das reações causadas pela inalação de poluentes.

Os animais braquicefálicos, como pugs, buldogs, shih-tzus e persas, também são considerados grupos de risco. “Os cães e gatos braquicefálicos, comumente, apresentam alterações estruturais obstrutivas de vias aéreas, ou seja, obstruções na entrada e fluxo de ar no sistema respiratório. Essa anatomia, consequentemente, os torna mais vulneráveis e intolerantes a inalação de poluentes aéreos”, afirma a profissional.

Como evitar esses problemas? 

De um modo geral, Farrapo esclarece que a melhor maneira de prevenir o impacto da poluição na saúde dos animais é manter a imunidade e a saúde preventiva em dia. “É importante fornecer alimentação de qualidade, garantir uma boa hidratação, realizar consultas veterinárias de rotina e deixar o protocolo vacinal atualizado”.

Tentar evitar o contato direto e contínuo com agentes poluentes também faz a diferença. A médica-veterinária cita que, se possível, não se deve frequentar grandes centros ou áreas com maior densidade de poluentes, como as industriais. Outro cuidado é dar preferência para passeios em horários e locais mais ventilados e arejados.

“A limpeza frequente dos ambientes em que o animal mais frequenta ajuda a prevenir as doenças respiratórias, assim como garantir uma boa umidificação do espaço”, complementa.

No entanto, é preciso tomar cuidado com o uso de umidificadores de ambiente. “Os umidificadores são benéficos desde que utilizados com cautela e quando a umidade relativa do ar estiver abaixo de 50%. O ideal é apenas deixá-los ligados poucas horas por dia e somente se houver a indicação de um médico-veterinário, especialmente em caso de animais que têm alguma doença pré-existente”, explica a profissional.

Para finalizar, Bárbara comenta que a fumaça dos cigarros, sejam eles eletrônicos ou tradicionais, também é considerada um poluente e os animais que convivem com pessoas que fumam são classificados como fumantes passivos. “Tanto a nicotina, quanto outras substâncias químicas presentes no cigarro, se inaladas a longo prazo podem desencadear crises e exacerbações de doenças pré-existentes e predispor o desenvolvimento de alergias, pneumonias e câncer nasal e pulmonar”, encerra.

Fonte: Cães&Gatos

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