A Operação São Francisco, desencadeada pela Polícia Federal no Paraná para prender uma das maiores quadrilhas de tráfico internacional de animais silvestres do país, terminou com a apreensão de 2.559 aves, entre nativas e exóticas, e 139 ovos, segundo informação do Ibama. No total, 30 pessoas foram presas. Somadas, as multas aplicadas pelo órgão somam R$ 9,057 milhões.
A quadrilha mantinha uma chácara na Região Metropolitana de Curitiba onde era feita, inclusive, a reprodução de animais. Segundo o Ibama, medicamentos para combate à impotência sexual eram dados aos animais para que se reproduzissem mais.
A chácara era dotada de salas climatizadas para a reprodução de animais exóticos, recintos com bebedouros em louça ativados externamente e sistema para banho dos animais. As portas das alas de recintos e da área climatizada são decoradas com figuras de aves silvestres esculpidas em relevo na madeira.
Cerca de 1.500 animais que estavam na chácara foram retirados e o trabalho de remoção foi encerrado na última sexta-feira. O Núcleo de Fauna do Ibama continua em contato com instituições e ONGs para transporte e repatriação dos animais.
De acordo com o Ibama, os animais eram vendidos a clientes de alto poder aquisitivo e, por isso, eram bem cuidados, pois atingiram altos valores de comercialização. Segundo o Ibama, a cada 10 animais retirado da natureza pelo tráfico internacional apenas um consegue sobreviver.
As investigações da Operação São Francisco começaram com a apreensão de um homem que trazia ovos de aves exóticas da Holanda para o Brasil, e que levava os ovos de espécies da fauna nativa brasileira para aquele país.
Diversos animais apreendidos constam em listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção, como araras azuis, vermelhas e canindés. Entre os mais exóticos encontra-se a cacatua galah.
Fonte: O Globo