[email protected]
A puxada de cavalo é mais uma dessas atrocidades que erroneamente são visualizadas e justificadas por serem culturais, no sentido mais distorcido possível de cultura. São lastimáveis essas tentativas de transformarem tradição, conservadorismo, insensatez e agressão em algo sagrado.
A atividade consiste na competição de cavalos submetidos a grande carga, estima-se média superior a uma tonelada. Esses animais são absurdamente guiados, puxados e violentados por criaturas teoricamente humanas que divertem-se em um “emocionante” jogo, absolutamente terminal para a saúde do bicho, deparando-se amplamente indefeso, sendo notório esse abalo emocional, não raras vezes, identificado pela alta produção de excrementos.
Acredito que muitos tenham feito a seguinte indagação: mas essa “disputa” não ocorre em Blumenau, para que proibir o inexistente?
Bem, vamos por partes. Afirmar a inocorrência de algo não é uma tarefa simples. É mais coerente expormos o desconhecimento na realização. O que de modo algum torna-se antagônico com a proibição, visto que em outros municípios a prática que até então não era registrada, adquiriu contornos reais. Garanto a vocês que o movimento inverso é muito mais complicado.
Digo isso porque sinto, juntamente com outros grandes amigos e colegas que abraçam a bandeira animal e realizam lutas constantes para a proibição da puxada de cavalo, é muito angustiante constatar interpretação diversa e insensível dos operadores do direito, não concebendo os dispositivos e, acima de tudo, os princípios que norteiam normas que deveriam ser protecionistas, mas que na prática tornam-se inócuas.
Sinceramente, não surpreendem episódios como as agressões sofridas pelas grandiosas mulheres que lideram de forma pacífica e corajosa ideais nobres e nem sempre populares. Cada dia fico mais seguro que pessoas que não possuem atitudes éticas com os animais dificilmente terão com os humanos.
Parabéns aos ativistas voluntários e representantes públicos que trabalharam por esse preventivo e importantíssimo avanço, por aceitarem a incumbência de ser voz daqueles que infelizmente não possuem.
Fonte: Folha de Blumenau