Protetores e Ativistas: é fundamental a presença de todos nas próximas CPIs que tratarão do uso de cobaias no ensino – uma prática cruel e desnecessária que precisa chegar ao fim a exemplo do que já acontece nas melhores universidades do mundo.
Os deputados precisam perceber que há interesse da população em acabar com essa crueldade.
Todos os dias cães, gatos, porcos, vacas, coelhos, ratos e outros animais são submetidos a procedimentos absolutamente ultrapassados que causam dor física e psicológica, e que já possuem métodos substitutivos que são, além de éticos, muito mais eficientes.
Depois de ouvir a USP no dia 28 de novembro, a CPI de Maus-Tratos Contra Animais da Assembleia Legislativa de SP, que tem como presidente o deputado estadual Feliciano Filho e é formada por outros oito deputados de diferentes partidos, convoca agora a Unesp, por meio do professor doutor José Roberto Bosqueiro, da Faculdade de Ciências da Unidade de Bauru e a Unicamp, representada pelo professor doutor Wagner José Fávaro, do Instituto de Biologia para os dias 12 e 13 de dezembro, respectivamente.
As três universidades se declararam contrárias ao PL 706 de Feliciano Filho que restringe o uso de animais no ensino. A alegação é de que não existem métodos substitutivos para todos os procedimentos fazendo-se necessário, inclusive, o emprego de diversos animais saudáveis em cirurgias, muitas vezes, apenas para ver o funcionamento dos órgãos internos.
No entanto, várias universidades no Brasil já deixaram de usar cobaias no ensino como a Faculdade de Medicina do ABC, FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), Anhembi-Morumbi, FAM (Faculdade das Américas), Universidade de Guarulhos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Tocantis, Faculdade Metropolitana de Manaus e Universidade Federal de Pernambuco.
Segundo o Comitê de Médicos para a Medicina Responsável (com sede em Washington e 12 mil médicos associados em todo o mundo), das 202 faculdades médicas existentes nos EUA e Canadá, mais nenhuma usa cobaias em aulas práticas desde 2016. No QS World University Rankings 2016-2017, que mede anualmente a qualidade do ensino universitário no mundo, as três primeiras colocações são MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), Stanford e Harvard – universidades americanas que não fazem uso de cobaias em seus cursos de Medicina.
Protetores, ativistas, professores, estudantes e amantes dos animais em geral estão convidados para assistir a discussão sobre o uso de cobaias no ensino que, durante os dois dias, acontece às 11h, no Auditório Teotônio Vilela, na Av Pedro Álvares Cabral, 201, 1º andar, no Parque do Ibirapuera.
Site reúne tudo sobre animais no ensino
Para quem deseja se aprofundar no assunto, o site Animais no Ensino reúne reportagens, vídeos e depoimentos sobre tudo o que existe de mais moderno para substituir o uso de cobaias em cursos de Medicina, Veterinária, Biologia, Farmacologia, Psicologia e muitos outros. É uma ferramenta crucial para professores e alunos que desejam um ensino mais ético e eficiente, além de alinhado as tendências do nosso século.
Composição da CPI de Maus-Tratos Contra Animais da Alesp:
Presidente Feliciano Filho (PSC). Vice-presidente: Gil Lancaster (DEM). Relator: Pedro Kaka (PODE). Demais membros: Leo Oliveira (PMDB), Célia Leão (PSDB), Caio Franca (PSB), Roberto Tripoli (PV), Ana do Carmo (PT) e Wellington Moura (PRB).
*Fátima ChuEcco é jornalista ambientalista e atuante na causa animal