Membros de organizações protetoras dos animais e tutores de cães e gatos se reuniram em frente à Torre de TV, em Brasília, neste domingo (22) para pedir o fim dos maus-tratos contra animais. O protesto faz parte da campanha “Crueldade nunca mais”, realizada este fim de semana em diversas cidades do Brasil e do mundo.
A cientista política Juliana Silveira, da ONG BSB Animal, uma das entidades organizadoras do protesto em Brasília, chamou atenção para a importância de uma legislação mais eficaz contra os maus-tratos.
“A lei brasileira [Lei 9.605/98] enquadra os maus-tratos aos animais como crime de menor potencial ofensivo, com pena de 3 meses a 1 ano e multa máxima de R$ 3 mil. Essa punição passa a sensação de que quase não é crime”, falou a tutora de três gatos, um deles resgatado após um apedrejamento.
Para a cientista política, a forma como a sociedade trata os animais é um reflexo de outros problemas. “Os maus-tratos aos animais são um indício de como a sociedade está degradada.
Juliana Silveira acredita que, para que as agressões aos animais não ocorram em ambientes domésticos, é preciso ter cuidado com os processos de adoções. “Nós entrevistamos a pessoa que quer adotar, damos orientações e acompanhamos a adoção in loco. Muita gente que ter um bichinho, mas quando ele dá trabalho, resolve abandonar.”
A advogada Marcella Cintra foi à manifestação acompanhada dos cães Bill e Laica. Ela disse que não participa de nenhuma organização, mas ficou sabendo do protesto pelas redes sociais e resolveu apoiar a iniciativa. “Não podemos admitir casos de maus-tratos.” ” A lei que temos hoje não é de uma sociedade decente”, completou.
Militantes de diversas organizações protetoras se revezaram no carro de som estacionado em frente à torre e lembraram que também são maus-tratos a rinha de galos e o abandono de animais domésticos idosos.
Fonte: G1