Por Marcela Couto (da Redação)
Protetores de gatos e protetores de pássaros têm um histórico de oposição e conflito nos EUA, mas recentemente as diferenças ficaram mais evidentes em uma disputa judicial entre o grupo defensor de felinos FixNation e vários grupos de entusiastas das aves.
A Fixnation realiza um trabalho pioneiro conhecido como “trap-neuter-release” (pega-castra-solta), em que cerca de 80 gatos de rua são levados por dia até a organização, castrados e 24 horas depois liberados nas vizinhanças de origem.
Esse grande esforço voluntário tem como objetivo controlar um problema antigo: reduzir os grupos de gatos que vivem como selvagens nas cidades americanas, tentando salvá-los da eutanásia. Somente em Los Angeles existem 1 milhão de gatos vivendo nas ruas.
Mas a Sociedade Audubon e outros grupos de protetores de pássaros e vida selvagem dizem que o programa está violando as leis ambientais, além de não cumprir a meta de diminuir as populações de gatos que caçam várias aves.
Os defensores dos pássaros recorreram à justiça, e foi decidido pela Corte Superior de Los Angeles que o projeto “trap-neuter-release” da FixCat deve ser suspenso até que sejam concluídos estudos ambientais complexos.
Dentre os argumentos para a extinção do programa, há a constatação de que as pessoas passam a abandonar mais gatos ao conhecer o trabalho da FixCat.
“Embora castrar e libertar gatos pareça uma ideia genial, os pássaros e seus ninhos estão sofrendo com isso”, disse Travis Longcore, do grupo Urban Wildlands. “A questão é que eles decidem não matar os gatos e, no lugar disso, matam a vida selvagem do país.”
É mais uma polêmica causada pela irresponsabilidade e egoísmo do ser humano, que, ao criar e descartar gatos como coisas, causou um desequilíbrio ecológico inserindo predadores não naturais no habitat das aves. Com certeza a solução para o caso não está em jogar gatos selvagens em abrigos para matar-lhes com eutanásia depois.
Com informações de Los Angeles Times