Três associações protetoras de animais denunciaram nesta sexta-feira (10) matança de gatos na Represa. Pelo menos 50 animais foram encontrados mortos às margens do lago 2 nos últimos 15 dias. Outros 18 animais desapareceram.
Os animais vivem em uma rua nos fundos da escola Sesi. O local é conhecido como ponto de abandono de gatos.
Além de registrar a ocorrência na polícia, os protetores informaram a situação à administração do Parque da Represa. “Faz duas semanas que encontramos, todos os dias, gatos mortos ao amanhecer. Na segunda-feira foram oito dentro de um saco plástico”, diz Elizabeth Winning, 49. Ela é integrante da Gpar (Grupo de Proteção aos Animais da Represa) e leva comida e água para os gatos quase todos os dias pela manhã.
Segundo o administrador Adalberto Amaral, 44, membro da Ajudaa (Associação Jurídica de Amparo aos Animais), há quinze dias eram 120 gatos vivendo no local. “Hoje [nesta sexta-feira (10)] conseguimos contar apenas 52”, afirma.
Na terça-feira, um prato com leite e um pó branco foi encontrado perto da rua onde ficam os animais. Testemunhas disseram que um homem em um veículo Gol verde claro foi visto por duas vezes pegando animais e colocando em um saco.
“A placa do veículo foi anotada e entregue à polícia”, disse Patrícia Carmona, advogada da Arpa (Associação Rio-pretense de Proteção Animal).
Caso parecido foi registrado no Morro do São Bento, em Ribeirão Preto, no início de maio, quando 26 gatos foram encontrados mortos. Até agora, a causa da morte dos animais não foi descoberta pela polícia. A suspeita é de que todos os animais foram envenenados.
Castração e campanhas educativas
O Centro de Controle de Zoonoses de Rio Preto, em parceria com as associações e a Secretaria de Meio Ambiente, mantém programa permanente de castração dos gatos de rua da Represa.
A intenção é conter a reprodução e diminuir a população de felinos no Parque da Represa, mas o incessante movimento de pessoas que abandonam gatos no local fez o número de gatos aumentar, mês após mês, nos últimos cinco anos.
Além da castração, a prefeitura promove campanhas educativas como panfletagem e instalação de placas de advertência sobre a proibição de abandonar animais domésticos pelas ruas.
“As pessoas precisam criar a consciência de que os animais criados em casa, muitas vezes, não sabem como sobreviver nas ruas. É por isso que trazemos água e alimentos para eles [gatos]. Existem formas de evitar o abandono, doando o animal a entidades”, afirma Adalberto Amaral, membro da Ajudaa, associação protetora de animais.
Para garantir a sobrevivência dos animais que vivem às margens da Represa de Rio Preto, um grupo formado por dez mulheres se reveza garantindo diariamente o sustento dos gatos.
“Compro, em média, 18 quilos de ração todos os meses para dar de comer a esses bichinhos, que são indefesos”, conta a dona de casa Roseli Caetano, 50 anos, que há um ano alimenta semanalmente os gatos da Represa de Rio Preto.
O grupo que ela pertence é formado por mulheres de vários bairros de Rio Preto, entre eles, Jardim Conceição, Vila Seixas e Boa Vista.
Crime
De acordo com a lei federal 9.605, de 1998, “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados” é crime com pena prevista de três meses a um ano de prisão.
Adoção
A Ajudaa promove, no Calçadão de Rio Preto e em hipermercados da cidade, feirinhas de adoção para dar um novo lar aos gatos e cachorros. Para adotar um animal, basta ligar para (17) 3305-9415.
Rituais
Outra hipótese levantada pelas associações de proteção dos animais é de que parte dos gatos que desapareceram tenham sido capturados e mortos em rituais de magia negra.
Fonte: Rede Bom Dia