Por Juliana Meirelles (da Redação)
Uma denunciante da RSPCA se matou depois de acusar publicamente a instituição de matar milhares de animais saudáveis, segundo inquérito desta segunda-feira (14). As informações são do Daily Mail.
A oficial do bem-estar animal Dawn Aubrey-Ward, de 43 anos, foi demitida após discutir com seu gerente e, posteriormente, acusar a organização de matar animais domésticos que não poderiam ser adotados.
Apenas cinco meses depois de ter ajudado a revelar como a RSPCA tinha assassinado 53 mil animais em um ano, a mãe de quatro filhos foi encontrada morta em casa.
O inquérito ouviu que ela estava sofrendo de depressão após seu parceiro Rob Colclough tirar a própria vida em outubro de 2011.
Ela também estava passando por dificuldades financeiras e teve problemas com álcool quando se enforcou em sua casa em Martock, Somerset, em 8 de maio.
Em um comunicado lido ao inquérito em Wells, Somerset, seu pai Dennis Aubrey disse que ela estava “profundamente entristecida” pelo furor da denúncia.
Resumindo a declaração, o legista Tony Williams disse: “Após o tempo no RSPCA ela estava cada vez mais frustrada com seu gerente de linha. Isso levou a incidentes e ela foi demitida pela RSPCA”.
A senhorita Aubrey-Ward acusou publicamente a caridade de matar animais em uma entrevista com o The Mail on Sunday, publicado no final de dezembro do ano passado.
Ela descreveu seu horror durante seu tempo como inspetora da RSPCA, por ter de matar animais saudáveis”.
O senhor Aubrey acrescentou: “Dawn expressou que estava muito angustiada com essa sequência de eventos”.
Ela trabalhou para a RSPCA entre 2008 e 2010 e teve uma série de discussões com o seu gerente de linha antes de ser demitida.
Embora os detalhes não tenham sido ouvidos no inquérito, foi relatado que a senhorita Aubrey-Ward foi repreendida por se recusar a emitir uma “cautela” formal para um pensionista devastado cujo gato tinha contraído enfisema e estava morrendo em seu colo.
Ela também teria sido repreendida pelo roubo de uma tartaruga, que ela alegou ter levado para casa para cuidar.
Ela veio a público para dizer o horror que ela enfrentou matando os animais porque não havia espaço suficiente para abrigá-los.
A RSPCA negou vigorosamente suas reivindicações e divulgou um comunicado tentando descreditar sua denúncia.
Em um comunicado divulgado em janeiro, eles disseram: “Por favor, estejam cientes de que Dawn Aubrey-Ward é uma ex-funcionária descontente da RSPCA, que foi objeto de um processo disciplinar por roubo de animais. Ela deixou a organização com as questões ainda pendentes”.
Sua mãe Jean Newport chorou quando ouviu sobre as horas finais de sua filha e foi apoiada por seu marido Michael e o pai de Dawn, Dennis.
Simon Ward, seu marido, também estava no tribunal. O casal se separou há muitos anos, mas ainda eram casados.
O inquérito ouviu que o carro dela tinha enguiçado e ela tinha chamado a filha de seu primeiro casamento Aimee Redfern-Ward, e pediu-lhe para pegar suas duas filhas mais jovens da escola.
Enquanto isso, uma amiga deu-lhe uma carona para casa.
Quando Aimee chegou em casa com suas duas meias-irmãs, ela descobriu o corpo de sua mãe.
O inquérito ouviu que seu suicídio aconteceu após meses de visitas ao médico, que lhe receitou antidepressivos e sessões de terapia cognitiva.
A enfermeira comunitária de saúde mental Dee Holbourne disse que Aubrey-Ward estava lutando com o luto, suas finanças, problemas de álcool, falta de sono e apetite.
Ela também pensou que Dawn poderia estar sofrendo de transtorno bipolar, acrescentou.
Depois da conclusão de que ela tirou a própria vida, o legista Sr. Williams disse: “Todas estas pressões que estavam com ela no momento e todas essas questões para mim chegam a essa motivação”.
“Enquanto eu aceito plenamente que, de acordo com a evidência da Sra. Newport, Dawn agiu no calor do momento, sem qualquer plano formulado, estou convencido de que é adequado concluir que ela tirou sua própria vida”.