Kaliandra
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A falta de diálogo, respeito e o preconceito dos vizinhos tem prejudicado muitos protetores que individualmente fazem sua parte ajudando cães de rua, principalmente os mais debilitados.
Uma moradora da baixada fluminense tem enfrentado um problema muito comum entre pessoas que ajudam cães de rua. Um cachorro muito debilitado, com a pata dianteria quebrada, poucos pêlos e com feridas pelo corpo apareceu em sua rua. Como ele tinha muita dificuldade de andar (pois a pata dianteira que ele apoia estava muito ferida) o cão tinha dificuldades de encontrar comida e por isso estava fraco e com pouco peso.
A moradora então decidiu alimentá-lo e cuidar de alguns machucados que estavam ao seu alcance no momento. Alguns moradores também colocam comida para ele, pois ele fica sempre pela redondeza. O problema começou quando o cachorro achou um lugar para se refugiar da chuva e, como o espaço faz parte do muro de uma casa (construída de forma irregular) os moradores se revoltaram, alegando que o cão defeca em sua calçada, podendo trazer doenças para a família.
A protetora decidiu trazer o cão pra perto de sua casa, alimentando-o em frente a uma casa abandonada (cerca de 50m da casa dos vizinhos). Porém, o cão continua abrigando-se naquele local à noite e nos dias de chuva.
Civilizadamente a protetora tentou entrar em um acordo com os vizinhos, mas a moradora da casa simplesmente quer que o cão pare de ser alimentado para que ele vá embora e não suje mais o seu quintal, ou que ele seja amarrado em um lugar para que seja alimentado, evitando que suje a casa novamente.
Não concordando com a “ordenança”, a protetora continua alimentando o cachorro e teme por represálias. Ela teme que o cão seja envenenado ou que isso cause uma confusão maior ainda.:”Não posso impedir que o cão entre no quintal da casa deles pois a casa não tem muro! Se eu pudesse adotá-lo adotaria, mas não posso, pois não tenho espaço em minha casa pra mais um cão. Tenho um cachorro e uma gata também, vítimas de abandono”, diz a protetora.
” Minha esperança é que um dia possamos viver em um país civilizado, onde as pessoas entendam que a superpopulação de animais é um problema de todos e que o respeito também seja mútuo”. Todos iriam ganhar com isso.