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Protetora baiana declara seu amor à cadelinha deficiente e abandonada

3 de março de 2010
3 min. de leitura
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Scheyla Oliveira
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É verdade que os animais deficientes e eu temos uma ligação. Assim como algumas pessoas tem mais afinidades com outras, seja lá qual for a razão disso. A minha afinidade com os animais se mostrou existir com os que têm alguma deficiência. Eu estava olhando uma foto da Malu, ela em meu colo, e vi no plano de fundo, uma cadeirinha de rodas. Só aí que lembrei. Maluzinha anda em cadeirinha de rodas – que eu fiz.

Malu no colo de sua protetora

Também é verdade que eu não tinha percebido Malu entre os cães. Sabia que ela ganhara um nome e ganhar um nome significava que ela tinha se destacado um pouco entre os outros cães. Um dia eu estava limpando seu canil e comentei que ela era bonitinha. Ao posto que alguém respondeu: bonitinha mas ordinária. Essa Malu é uma verdadeira pestinha.

Não entendi de fato como um animal deficiente poderia ser uma pestinha… eis que eu prestei atenção nela. Fiz sua cadeirinha quando tive condições… e Malu se mostrou para mim um animal desinteressado em ser comum, em ser deficiente. Temos outros animais que andam de cadeirinha de rodas e eles possuem uma característica em comum: são dependentes. Malu, não. Ela até pula. Só não fica solta porque ao se arrastar no chão de cimento, ela se machuca. Mas Malu morde filhotinhos, rouba comida do cego que compartilha seu canil, é sapeca, amorosa, ela adora as pessoas, quando alguem chega na Ama ela corre para receber se estiver de cadeirinha… a coisa mais engraçadinha que ela faz, a meu ver, é essa recepção calorosa… ela pula, roda, pula novamente, vai em cima da pessoa, exige carinho… ela é maravilhosa.

É talvez o animal que eu mais me interesse em tirar da Ama (Associação Amiga dos Animais) e dar um lar… Não sei bem o porquê, mas ela parece gritar que odeia aquele canil, aquelas grades e aquela não-liberdade.

De onde ela era, qual seu nome, seu tutor, por que foi entregue atropelada, são perguntas que eu às vezes me faço, sentada no seu canil, tentando impedi-la de fugir (sim, ela foge). Mas aí eu penso quão infelizes são essas pessoas que descartam seus bichinhos de estimação quando eles adoecem ou ficam deficientes, como no caso da Malu… os animais, nessas cirunstâncias, são fantásticos. Eles dão tudo de si, de vontade de viver, de lição de vida, de vontade de ser feliz. Eis o por que de eu admirar tanto esses animais… não só por que eles reaprendem a viver -de cadeirinha de rodas – mas por que eles parecem renascer das cinzas do abandono, da tristeza, da mágoa, para nascer num mundo diferente, iluminados, maravilhosos e transcedentes… Sim, Malu é uma maravilhosa e perene fonte de inspiração. E de Luz. Maravilhosa e resplandescente Malu, eu amo você.

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