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Proprietária de chácara em Suzano (SP) ampara 250 animais

30 de janeiro de 2012
3 min. de leitura
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Na área de 4.250 metros quadrados de uma chácara em Suzano, município próximo à divisa com Ribeirão Pires, Dolores Gonçalves, 60 anos, mantém assistência para aproximadamente 250 animais, sendo 30 gatos.

A dona de casa nunca teve ideia de montar abrigo para cuidar de animais, mas a paixão pelos bichanos desde a infância lhe rendeu grande responsabilidade hoje: amparar cães e gatos vítimas de maus-tratos, abandonados, doentes, mutilados e famintos. Ela transformou sua chácara, onde mora, em teto seguro para felinos e cachorros. E os números só crescem.

“Quando vim para cá, há dez anos, tinha 40 cães. Depois só aumentou. Quem realiza essas ações é vítima de abandonos”, disse. A cuidadora refere-se às ações de populares que, conhecedores de sua afeição por animais, abandonam grandes ninhadas de filhotes em seu portão. Por esse motivo, ela preferiu não divulgar o endereço.

Quando pequenos, são doados mais rápido. Já os maiores têm menor procura, principalmente os acidentados. Alguns chegam a ficar anos e outros nunca saíram de lá. À medida que atingem a idade, todos são submetidos à castração.

A ajuda fornecida pela equipe do Clube dos Vira Latas, entidade parceira que abriga animais em Ribeirão Pires, garante a cirurgia dos bichos para evitar a reprodução desenfreada que enche os centros urbanos de animais sem donos.

Os bichos são distribuídos em espaços separados. Por idade, tamanho, temperamento ou tipo de doença. Cerca de 25 cachorros estão em fase de tratamento quimioterápico e vivem separados dos demais. Tomam medicações específicas e, mesmo doentes, são ativos e carinhosos.

O custo com remédios, castrações, produtos de limpeza, rações, entre outras despesas, chega a R$ 15 mil por mês à dona de casa, que também sobrevive por meio de doações. A conta é bancada inteiramente por colaboradores. Para alimentar tantas bocas famintas é preciso, no mínimo, duas toneladas de ração por mês – para adultos e filhotes. O foco é castrar, medicar, alimentar e colocá-los para doação. Em média, 60 animais são adotados por mês. Mas, a rotatividade é grande. “Tem época que as pessoas colocam animais todos os dias no meu portão. Além disso, muitos são devolvidos. As pessoas não têm paciência para cuidar. Alguns devolvem no dia seguinte”, explica Dolores.

São tantos animais que sua casa, aos poucos, foi invadida pela matilha. O micro-ondas virou estoque de remédios e o quarto transformou-se na área VIP dos ‘filhos’. “Minha casa não é mais minha, é deles. Para mim é normal. Não saberia viver sem.”

Para manter a área em ordem e limpa, quatro ajudantes dão assistência diária à dona de casa. Apesar de tantos animais, os canis são limpos, há ração e água para todos, além de ossinhos, casinhas e brinquedos.

Cuidadora busca apoio para construção de canis

Todos os canis foram construídos por meio de doações. Para poder abrigar os cachorros com mais comodidade, é preciso erguer, pelo menos, mais quatro, segundo Dolores Gonçalves, 60. Os outros foram feitos com envio de casinhas, telhas, areia, cimento e pedras. Para quem quiser ajudar basta acessar o site www.chacaradadolores.blogspot.com. No endereço eletrônico há também fotos dos animais que estão disponíveis para adoação e daqueles que conseguiram um lar.

Quem quiser contribuir financeiramente pode acessar o site para ter acesso aos dados bancários da responsável. De acordo com Dolores, “todas as doações são bem-vindas”. Rações, correntes, coleiras, produtos de limpeza, cobertores, jornais, remédios, vassouras e sacos de lixo. Mesmo com rotina cheia de afazeres por conta dos animais, ela minimiza o cansaço. “Cuidar deles não tem preço. Não vivo sem isso.”

Fonte: Diário do Grande ABC

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