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Proposta orçamentária de Trump representa risco sem precedentes para o meio ambiente

25 de maio de 2017
4 min. de leitura
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O governo de Donald Trump apresentou sua proposta orçamentária para 2018 que contém cortes de financiamento sem precedentes para a Agência de Proteção Ambiental (EPA) e o Departamento do Interior, além de prever mais gastos com o muro na fronteira com o México.

Onça-pintada
Foto: Edwin Giesbers

Trump quer reduzir o orçamento do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA em 8,6% e o orçamento do EPA em 30%.

Enquanto isso, propõe mais US$ 1,6 bilhão para construir mais de 90 quilômetros do muro.

“O orçamento de Trump protege nosso ar, água e a vida selvagem para que seus amigos bilionários possam ganhar mais dinheiro”, disse Brett Hartl, diretor de assuntos governamentais do Centro para a Diversidade Biológica.

“Infelizmente, esta proposta de orçamento mostra que Trump não é diferente dos membros mais extremos do Partido Republicano que entraram em guerra contra espécies ameaçadas de extinção e contra a proteção ambiental durante anos”, completou.

A Lei de Espécies Ameaçadas salvou mais de 99% das espécies sob sua proteção contra a extinção e colocou centenas de espécies no caminho para a recuperação. Esse histórico é notável considerando que o Congresso apenas fornece aproximadamente 3,5% do financiamento que os próprios cientistas do Serviço de Pesca e Vida Selvagem estimam ser fundamental para recuperar as espécies, de acordo com um relatório do Centro sobre gastos com espécies ameaçadas de extinção.

Segundo o Coomon Dreams, aproximadamente uma em quatro espécies recebe menos de US$ 10 mil por ano para recuperação. Por isso, os cortes adicionais de Trump devem ser desastrosos para estas e outras espécies.

O orçamento do Fundo Cooperativo de Proteção de Espécies Ameaçadas, que permite que parceiros estaduais e federais recuperem espécies listadas, atualmente  teve uma redução de US$ 34 milhões (64%).

O financiamento para espécies estrangeiras ameaçadas de extinção como elefantes, rinocerontes e tigres teve diminuição de 19% e o programa de listagem de 17%. Atualmente, 500 plantas e animais ainda aguardam a proteção.

“A Lei das Espécies Ameaçadas de Extinção é a lei mais importante do mundo para salvar espécies, mas Trump quer acabar com o financiamento para recuperar a vida selvagem da beira da extinção”, disse Hartl.

“Trump gasta dezenas de milhões em dólares dos contribuintes para jogar golfe semanalmente, mas usar uma quantidade semelhante para proteger e recuperar as nossas espécies mais ameaçadas é simplesmente muito para ele”, adicionou.

Os cortes da EPA também irão prejudicar muitos programas que protegem o meio ambiente. Mesmo antes dos cortes propostos, os programas da agência para cumprir os padrões de qualidade do ar e da água, regular o uso de pesticidas tóxicos e outros produtos químicos e limpar os piores locais tóxicos em todo o país foram atrasados e geralmente estavam fora do prazo. Isso possui consequências reais tanto para as pessoas como para o meio ambiente.

“Sem dúvida, diminuir o financiamento da EPA significará que mais pessoas ficarão doentes e morrerão. Nossa terra, ar e água ficarão mais poluídos e iremos mais rapidamente em direção à catástrofe climática. Em vez de cortes massivos, devemos aumentar dramaticamente o financiamento para proteger os ecossistemas em todo o país e preservar nosso patrimônio natural”, acrescenta.

Em vez do financiamento crucial para proteger o futuro do planeta, o orçamento solicita uma despesa maciça com o muro desastroso de Trump. A construção do muro proposto – juntamente com a infraestrutura e a execução relacionadas – teria consequências de longo alcance para a vida selvagem.

Áreas de migração seriam prejudicadas, habitats destruídos, além do número de veículos aumentar, assim como de ruídos e luzes nas fronteiras selvagens.

De acordo com um recente estudo do Centro, o muro da fronteira de Trump ameaçaria pelo menos 93 espécies ameaçadas de extinção e em risco, incluindo onças-pintadas, ocelotes e lobos cinzentos mexicanos.

O muro também impacta vários refúgios da vida selvagem nacional, como o Organ Pipe Cactus National Monument, o Big Bend National Park e muitas outras áreas naturais que, além de atuar como corredores para a vida selvagem, são tesouros nacionais.

“O muro da fronteira de Trump seria catastrófico para as plantas e animais ameaçados que vivem ao longo dele. Isso quase certamente acarretaria a perda de espécies magníficas como onças e ocelotes nos Estados Unidos”, concluiu Hartl.

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