Pesquisadores e oceanógrafos suspeitam que as atividades humanas em alto mar estejam prejudicando a saúde e o comportamento da vida marinha. Tudo devido ao excesso que barulho que os meios de transportes marítimos humanos produzem, ruídos que, aliás, multiplicaram-se nas últimas décadas.
Por esse motivo, tem início hoje, em Paris, na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a UNESCO, um encontro para discutir o projeto “Experimento Internacional Oceano Silencioso”. Participam cientistas marinhos, representantes do setor privado e estabelecimentos militares.
Para se ter ideia do prejuízo causado pelo excesso de ruídos nos oceanos, basta saber que muitas espécies marinhas dependem do som como fonte de informação ambiental na mesma proporção em que os seres humanos dependem da visão.
Segundo a Rádio ONU, as pesquisas nesse campo – que ainda são poucas -, mostram que o aumento dos níveis de ruído, e alguns sons em particular, estão alterando o comportamento de animais marinhos e talvez até mesmo reduzindo a sua capacidade de realizar funções vitais como por exemplo encontrar comida, buscar companheiros ou evitar predadores.
Umas das formas de alteração foi percebida a partir da constatação de que, por exemplo, várias espécies de baleias aumentaram o volume dos sons através dos quais elas se comunicam umas com as outras.
O “Experimento Internacional Oceano Silencioso” é organizado pelo Comitê Científico de Pesquisa Oceânica e pela Parceria para Observação Global dos Oceanos.
O encontro em Paris termina nesta quinta-feira (02).
Em seu “Cântico ao Irmão Sol”, dizia São Francisco de Assis: “Louvado sejas, Senhor meu, pela irmã água, que é tão útil e humilde, e preciosa e casta”. Se assim nos pede a grande imensidão das águas, nossa irmã, então que respeitemos o seu silêncio.
Fonte: Rádio Vaticano