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SEGUNDA CHANCE

Projeto reabilita saúde física e mental de galos explorados em rinhas

Os animais são entregues aos profissionais do projeto após serem resgatados pela Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA) durante ações de combate a rinhas

7 de julho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: TV Integração/Reprodução

Um projeto realizado em Uberaba, no estado de Minas Gerais, reabilita a saúde mental e física de galos explorados em rinhas. O objetivo é salvar a vida dessas aves – comumente mortas após resgates – e promover qualidade de vida para cada uma delas. Para isso, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Hospital Veterinário de Uberaba se uniram e, atualmente, atendem 22 galos.

Os animais são entregues aos profissionais do projeto após serem resgatados pela Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA) durante ações de combate a rinhas. Coordenador do projeto em Uberaba, o médico veterinário Cláudio Yudi explicou ao G1 que, durante a reabilitação, os galos reaprendem a comer, conviver com galinhas e a realizar outras ações básicas para a espécie.

“Ele vai reaprender a empoleirar, a comer e conviver em sociedade, pois infelizmente eles foram maltratados e viveram muito isolados. Nós estamos fazendo um trabalho de resgate da vida em sociedade. São galos normais, mas foram melhorados, ou seja, foram selecionados para a briga e temos um fator genético importante e, aos poucos, estamos tentando diminuir a agressividade deles”, afirmou o coordenador.

Para viabilizar as ações do projeto, o MPMG destinou em julho R$ 40 mil arrecadados por meio de medidas compensatórias ambientais. Os valores são usados para comprar insumos, como seringas e agulhas, além de garantir a ração e os exames que os animais fazem para medir níveis de estresse.

O projeto tem como inspiração uma iniciativa semelhante realizada no município de Formiga, no Centro-Oeste do estado de Minas Gerais. “Todos os galos que eram recolhidos no Triângulo Mineiro eram transportados para Formiga, porém, a distância trazia riscos aos animais e poderia trazer óbitos durante o trajeto. É um projeto piloto e nós estamos em parceria com a UFMG [Universidade Federal de Minas Gerais] para fazermos um grupo de disseminação de outros núcleos no Brasil”, pontuou o especialista.

Após serem reabilitadas, as aves são disponibilizadas para adoção responsável, preferencialmente por pequenos agricultores que atuam no ramo da agricultura familiar. Para adotar, é necessário assinar um termo de compromisso de responsabilidade e cuidados.

Com a possibilidade de reabilitação, os galos explorados em rinhas têm uma saída para a morte. Isso porque a maior parte deles costuma ser submetida à morte induzida após o resgate. No caso dos galos encontrados em boas condições de saúde, ocorre também das autoridades mantê-los sob a guarda do tutor que os explora em rinhas, mantendo-os sob o risco de serem novamente torturados.

“Na falta da destinação correta desses animais, em último caso, o próprio infrator era nomeado como depositário fiel, o que não impedia que os animais fossem utilizados novamente em rinhas”, explicou o tenente da Polícia Militar de Meio Ambiente, Paulo Gomes.

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