A solicitação do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) para que a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, altere o Código Estadual de Proteção aos Animais já causa repercussão entre as ONGs do Grande ABC paulista. Tudo porque a lei afronta o bem-estar animal, permitindo que ocorram maus-tratos em rituais religiosos.
Para integrantes dessas organizações, a condição de proteger o animal de qualquer mau-trato a que esteja exposto é algo que exige conscientização por parte da sociedade.
“Já recebemos várias denúncias de animais que foram sacrificados em rituais religiosos. Gatos pretos e galinhas são os que mais sofrem. Quando sabemos de um gato preto para adoção, nunca colocamos no blog da ONG. Preferimos esperar para que o bicho seja entregue a uma pessoa conhecida”, disse a integrante da Uapa (União Andreense de Proteção Animal), Neusa Tironi.
A protetora salienta que no Grande ABC faltam cuidados da população com relação ao assunto e que, em âmbito nacional, a lei deve ser mais rigorosa e punitiva para que as pessoas se vejam obrigadas a pagar multa ou até sejam presas caso haja flagrante de maus-tratos a bichos.
Para Rosanella Gambogi, da Equipe Singulariana de Proteção aos Animais, do Colégio Singular, de Santo André, é estranho que haja brechas na lei como a permissão do sacrifício de animas em rituais religiosos. “Infelizmente, existe uma minoria que não tem consciência do mal que está fazendo liberando essas situações”, disse.
A equipe realiza trabalhos pedagógicos com alunos do Ensino Fundamental sobre a guarda responsável de animais, a necessidade de ter as vacinas em dia e a importância da castração, entre outras iniciativas.
Na região, representantes de ONGs se reuniram com o prefeito de São Caetano do Sul e presidente do Consórcio Intermunicipal do ABC, José Auricchio Júnior, para finalizar um protocolo de intenções, a fim de que sejam colocadas em prática leis que proibam a vivissecção (utilização de animais em laboratórios e universidades), além de apresentações circenses, circulação de carroças com cavalos, castração e chipagem.
Fonte: Diário do Grande ABC