Ameaçada de extinção no final dos anos 1980, a arara azul virou símbolo do Pantanal depois que uma apaixonada por essas aves, a bióloga Neiva Guedes, resolveu dedicar-se à luta pela preservação da espécie ao criar o Projeto Arara Azul no Mato Grosso do Sul. De pouco mais de 1.500 exemplares naquela época, a população saltou para mais de 5.000, segundo estimativas atuais.
“Digo que foi paixão à primeira vista. Quando fiquei sabendo que ela estava ameaçada de extinção e que poderia desaparecer, eu disse que iria salvá-la”, afirma Neiva. Segundo ela, essas aves quase desapareceram principalmente devido ao tráfico de animais, às queimadas e à caça, já que suas penas são muito usadas por indígenas na elaboração de cocares.
Para mudar esse cenário, as dificuldades foram muitas. “Quando comecei esse trabalho não existiam técnicas para subir em árvores, para manusear as aves, eu não tinha uma equipe e também faltava dinheiro”.
Hoje, o projeto monitora e recupera aves e seus ninhos, promove atividades de educação ambiental e preservação, além de workshops sobre consciência ambiental, cidadania e geração de renda para a população local. Para ampliar os trabalhos, foi inaugurado neste mês em Campo Grande, com apoio da Fundação Toyota, o Centro de Sustentabilidade do Instituto Arara Azul, onde estudantes e pesquisadores poderão buscar informações e dados científicos.
A intenção do centro também é proporcionar um novo tipo de turismo na região, o de informação e observação das araras na cidade e no Pantanal, principalmente no período de reprodução. “A Fundação Toyota do Brasil, acreditando na seriedade do trabalho e dos profissionais envolvidos, investe no projeto para a multiplicação e perpetuidade dos ótimos resultados que têm sido apresentados”, diz Ricardo Bastos, diretor-presidente da fundação.
Fonte: Terra