Por Danielle Bohnen (da Redação)
Desde 2002, os pesquisadores do Projeto Yaguareté do CelBA-CONICET, com o apoio da Fundação Vida Silvestre Argentina, do Ministério de Ecologia de Misiones e da Administração de Parques Nacionais, entre outras, estudam a situação do yaguareté nas florestas de Misiones, na Argentina. Desde então, foram realizados grandes avanços da área de distribuição atual da região, tais como a estimação de densidade de distintas zonas de Misiones e a identificação dos principais fatores de ameaça à espécie.
Segundo informações da Fundação Vida Silvestre, através de seu site, todas essas informações foram a base para a elaboração do Plano de Conservacão do yaguareté para a região, que logo estará concluído e será publicado.
Guacurarí, o primeiro yaguareté monitorado
Guacurarí, o primeiro yaguareté monitorado através de uma coleira de GPS, foi capturado em 2009 no Parque Nacional do Iguaçú. Trata-se de um macho adulto, de 71 kg, que já havia sido fotografado com câmeras escondidas na selva, pelos pesquisadores Augustín Paviolo, Mario Di Bietti e Carlos de Angelo, em 2006 e 2008.
Em fevereiro de 2009, os pesquisadores conseguiram captura-lo para colocar a coleira com GPS, tecnologia que permite conhecer os lugares por onde yaguareté costuma ir e suas necessidades de habitat. Guacurarí foi recapturado em 2010 no Parque Nacional Iguaçú, quando sua coleira foi trocada durante uma nova operação de capturas. Os dados obtidos foram muitos, já que a coleira estava programada para registrar a localização de Guacurarí a cada 30 minutos, assim como outros indicadores, como temperatura ambiente, atividades do animal e parâmetros sobre a precisão dos dados. Todas as informações obtidas estão sendo estudadas pelos pesquisadores do CeIBA-CONICET.
A partir de agosto deste ano, o projeto vai continuar com as capturados e a colocação de coleiras em outros yaguareté a fim de conhecer a situação de outros indivíduos. Todo o trabalho está sendo realizado de acordo com os mais exigentes protocolos de segurança para os animais e sem causar danos a eles. A sedação é realizada com dardos tranquilizantes e está a cargo de veterinários especializados em fauna silvestre. Durante as capturas, são realizadas medições, cálculo do peso e são tomadas pequenas amostras de sangue para exames e conhecimento do estado de saúde dos animais.