Um projeto ambiental para recuperar habitats de anfíbios, como sapos ou rãs, está sendo desenvolvido em Portugal para preservar estas espécies.
O habitat dos anfíbios está ameaçado devido à construção civil e à agricultura. O projeto do Centro de Investigação e Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), da Universidade do Porto, tenta conservar e construir charcos para que estes animais sobrevivam e continuem a cumprir o seu papel na natureza.
“Os anfíbios têm uma grande importância nos ecossistemas porque fazem parte da dieta alimentar de muitas espécies” e o seu desaparecimento “iria impactar de forma bastante acentuada” toda a natureza, segundo José Teixeira, coordenador do projeto.
Por meio do projeto de conservação de anfíbios, estão sendo identificadas zonas degradadas importantes para estes animais que necessitam ser recuperadas.
O passo seguinte é “fazer alguns acordos com proprietários no sentido de proteger esses habitats e depois dinamizar os locais do ponto de vista da educação ambiental” para que as pessoas comecem a perceber a sua importância.
“Estamos identificando áreas onde possamos construir novos habitats para substituir aqueles que foram destruídos e identificar outros que possam ser preservados a médio e longo prazos, acima de tudo charcos ou lagoas, pequenas massas de água parada, importantes não só para anfíbios, mas também para outras espécies”, alguns répteis, aves aquáticas e plantas”, salientou José Teixeira.
“No Mindelo conhecemos a presença de 12 das 16 espécies de anfíbios que existem em Portugal”, referiu.
Nesta zona, são conhecidas entre 20 e 30 lagoas: “Não teremos capacidade para atuar em todas, vamos fazê-lo em três ou quatro. Estamos no processo de construção de uma lagoa e em conversações para mais uma ou duas”.
Em Portugal, existem duas espécies de anfíbios que estão ameaçadas: a salamandra-lusitânica e um tritão.
Este projeto prolonga-se por dois anos e depois será realizado um trabalho de monitoração para seguir a evolução dos locais com intervenção.
A iniciativa, com um orçamento entre 130 mil e 140 mil euros, tem alguns parceiros, como o Oceanário de Lisboa ou a Agência Portuguesa do Ambiente.
Fonte: Publico20