Jaqueline B. Ramos
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(da Redação)
Provolone e Gorgonzola não andavam e chegaram com hérnias e sem pelo no corpo. Bill teve uma perna amputada por conta de uma fratura exposta e tem problemas emocionais que o levam a se automutilar. Mickaela tem traumas dos quais nunca conseguiu se recuperar e até hoje não consegue se socializar e vive sozinha.
Estas são algumas das histórias de saguis que hoje são tratados e vivem sob cuidados constantes em cativeiro no Projeto Mucky, único no gênero no Brasil localizado numa área de 20 mil m2 em Itu, no interior de São Paulo.
Há 24 anos o projeto dá assistência a primatas brasileiros, em especial os calitriquídeos, popularmente conhecidos como saguis. O Mucky recebe aqueles mais vitimados por ações inconsequentes do homem e oferece o tratamento adequado para estes animais viverem, com o devido respeito que merecem, em cativeiro (pois a grande maioria não teria mais condições de ser reintroduzida na natureza). O tratamento inclui terapias alternativas, com direito à prescrição de florais e outros remédios fitoterápicos, sessões de massagem, acupuntura e até hidroterapia.
Além de problemas físicos e psicológicos causados pela captura, transporte e maus-tratos em geral, característicos do comércio ilegal, vários animais chegam ao projeto com sérios problemas de deficiência nutricional. Na maior parte das vezes causados por pessoas que os compraram como “pets”, achando que poderiam tratá-los como um cão ou gato doméstico.
“Sequelas de desnutrição são um problema muito comum. Mas também temos muitos casos de saguis vítimas mesmo de covardia, como é o caso de Funcho, que foi cegado com cigarro. Há também casos de saguis que estão paraplégicos e que, felizmente, se adaptaram a um aparelho que criamos que permite que eles se locomovam. Aliás, há casos tão complexos e tristes que quando vemos que eles conseguem se locomover e vocalizar, por exemplo, já comemoramos como uma grande vitória”, explica Lívia Botar, fundadora e coordenadora do Projeto Mucky.
Mais informações: www.projetomucky.com.br, [email protected]
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