EnglishEspañolPortuguês

SEM CRUELDADE

Projeto mineiro de bioimpressão é alternativa a uso de animais em pesquisas

Grupo responsável por estudos adquiriu recentemente impressora capaz de reproduzir tecidos orgânicos

1 de abril de 2023
2 min. de leitura
A-
A+
Bioimpressora ajuda a reproduzir as estruturas de órgãos com maior precisão — Foto: Dawidson Assis Gomes/Arquivo pessoal

Coelhos, ratos, porquinhos da índia e cachorros são alguns dos animais submetidos a experimentos diversos –  e cruéis – em laboratórios de todo o mundo para verificar a segurança e eficácia dos produtos. No início deste mês, o governo federal proibiu o uso de animais em pesquisa, desenvolvimento e controle de cosméticos, itens de higiene pessoal e perfumes, visto que já existem algumas alternativas mais modernas e humanas para a tarefa. Entre elas está a criação de tecidos artificiais com a tecnologia 3D, alvo de estudo do professor Dawidson Assis Gomes, do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O professor faz parte da equipe do laboratório Biolink, que atua na área de engenharia de tecidos epiteliais. Ele conta que desenvolve estudos nesta área há mais de 10 anos. “O objetivo da pesquisa é desenvolver modelos de órgãos de animais e humanos para fins de testes de drogas e para terapias celulares. Por exemplo, desenvolvemos um modelo de pele para tratamento de queimaduras e testes toxicológicos”, detalha.

A Biolink é desenvolvida na Rede Mineira de Engenharia de Tecidos e Terapia Celular (Remettec), criada com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

Hoje a impressão de órgãos é uma alternativa para testes diversos como o da segurança de cosméticos. “A impressora ajuda a reproduzir as estruturas de órgãos com maior precisão, o que facilita o órgão mimético a funcionar como o real”, descreve o pesquisador.

Recentemente, a Biolink adquiriu uma bioimpressora capaz de reproduzir tecidos orgânicos e mimetizar órgãos animais. Esse tipo de equipamento pode variar entre R$ 15 mil e R$ 200 mil dependendo das suas configurações. Até a aquisição do equipamento, os pesquisadores produziam os tecidos de forma manual, o que dificultava a reprodutibilidade.

O custo alto da implementação é um dos desafios para a maior adesão deste tipo de projeto, segundo o professor.

O futuro aponta para a criação de órgãos sob demanda

O universo da bioimpressão abre espaço para diversas possibilidades de aplicação. No futuro, pesquisadores preveem que não será preciso o transplante de órgão de uma pessoa para outra. Com as próprias células dos indivíduos seria possível reconstruir um órgão sobre demanda.

O professor Dawidson Assis Gomes explica que a resolução precisa do equipamento permite a impressão mais próxima da real, aumentando a chance de compatibilidade.  O desafio, segundo ele, é conseguir multiplicar em laboratórios as células do doador em quantidade suficiente para reproduzir o órgão e reproduzir os vasos sanguíneos e linfáticos para transporte de nutrientes.

 

Fonte: O Tempo

Você viu?

Ir para o topo