O Muriqui Instituto de Biodiversidade (MIB) está realizando trabalho para incentivar o crescimento populacional dos macacos muriquis. Cerca de mil macacos da espécie estão isolados na natureza como consequência da degradação da Mata Atlântica, que separa os machos das fêmeas atrapalhando na reprodução. O projeto é realizado em Ibitipoca, distrito de Lima Duarte, em Minas Gerais.
Os macacos muriquis são exclusivos da fauna brasileira, mais especificamente da Mata Atlântica. Atualmente a espécie de comportamento afetuoso e tranquilo está entre as 25 espécies de primatas mais ameaçadas de extinção no mundo.
O projeto é um dos seis existentes no Brasil que pratica a proteção desses macacos e ele planeja juntar esses animais para incentivar o crescimento populacional.
O MIB foi criado em 2017, depois de uma macaca muriqui chamada Esmeralda ser encontrada após cinco anos sobrevivendo isolada na mata. Nesse momento os pesquisadores começaram a juntar os animais.
A bióloga do projeto, Priscilla Maria Pereira, relatou que Ibitipoca foi escolhido como sede pois é onde fica a população mais ameaçada. Em 2002, quando os estudos começaram, o distrito tinha apenas 10 macacos. “A gente já sabia que era uma população muito decadente porque os grupos de muriques saudáveis chegam a 60 e 100 indivíduos”, explicou Priscilla em entrevista ao g1.
Em 2018 o projeto foi reestruturado com o surgimento da “Muriqui House”, uma área de seis hectares de mata preservada, em conjunto com a “Comuna do Ibitipoca”.
“É um cativeiro inovador também, porque ele conta um parte fragmentada de mata cercada. A ideia era tentar preservar ao máximo o comportamento dos indivíduos”, explicou a bióloga.
A equipe do projeto é pequena, então eles pedem para avisá-los no número (32) 9-9993-5040, caso a população aviste um macaco muriqui em outra região. Essa ideia deu certo, visto que quatro animais foram resgatados por meio dessas informações.
Atualmente, 12 populações de muriquis estão espalhadas pelo Brasil, mas apenas cinco delas têm chances de sobreviver a longo prazo. Essas populações estão divididas em muriquis-do-norte e muriquis-do-sul. Os do norte vivem em uma região que vai do noroeste do Rio de Janeiro até o sul da Bahia. Os do sul são encontrados do sul do Rio de Janeiro até o norte do Paraná.
