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Projeto de lei visa a proibição do comércio de primatas nos Estados Unidos

29 de julho de 2015
2 min. de leitura
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por Augusta Scheer (da Redação)

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Apesar de muitos esforços para conseguir a proibição da prática, nos Estados Unidos ainda é perfeitamente legal comprar primatas para fazê-los de “animais de companhia”, de acordo com reportagem do site Care2.
Diante dessa situação, os parlamentares Earl Blumenauer e Mike Fitzpatrick introduziram um projeto para alterar a legislação atual. Se aprovado, o Captive Primate Safety Act incluirá os primatas não-humanos na lista de animais que não podem ser comprados ou transportados entre estados para servir de animais “de estimação”.
“Primatas são animais selvagens, não pertencem ao ambiente doméstico. Volta e meia vemos que isso é perigoso para os seres humanos e cruel para os animais. No século XXI, não se deve manter primatas como animais de estimação,” segundo pronunciamento do parlamentar Blumenauer. “Essa legislação protegerá as famílias e garantirá o tratamento digno desses animais. Continuaremos buscando apoio para esse projeto e informando os parlamentares até que ele seja aprovado, e até que essa prática inaceitável seja eliminada.”
Nos Estados Unidos, há uma variedade de leis estaduais diferentes sobre o tema, mas os primatas podem ser facilmente adquiridos online, em leilões organizados em estados onde a prática é permitida. Defensores de animais argumentam que é necessário uma lei federal para acabar com essas lacunas.
A Humane Society destaca que, além de extremamente cruel para com os primatas, a prática é perigosa também para os seres humanos. A entidade afirma que mais de 275 pessoas (dentre elas, dezenas de crianças) foram feridas por primatas nessas circunstâncias, desde 1990, e que deve haver muitos casos não registrados. O contato próximo com esses animais também coloca os seres humanos sob risco de contágio de diversas doenças, incluindo ebola, tuberculose e herpes B.
Defensores de animais vêm apontando a crueldade desse comércio há décadas. Dentre os problemas suscitados pelos ativistas, destacam a separação dos filhotes primatas de suas mães e a mutilação dos animais para torná-los menos perigosos, já que as condições horríveis e abusivas em que são mantidos podem resultar em agressividade. Os ativistas também apontam que, conforme vão crescendo e atingem a idade adulta, o cuidado com esses animais pode ficar bastante caro e difícil, o que pode resultar no abandono por parte das pessoas que “compraram” os primatas.
Também se argumenta que manter esses animais como se fossem “domésticos” prejudica os esforços de conservação das espécies, muitas das quais se encontram ameaçadas de extinção, com suas populações selvagens diminuindo cada vez mais.
Se aprovado, o projeto será bem recebido por ativistas norte-americanos, que vêm lutando há décadas para esclarecer o público de que o lugar desses animais é na natureza, entre seus semelhantes, e não aprisionados nas casas de seres humanos.

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