Por Vinicius Siqueira (da Redação)
Soltar borboletas em eventos especiais é considerado um momento bonito de celebração, mas as terríveis consequências levaram ativistas a pedirem que a cidade de São Francisco, na Califórnia, banisse esta prática. As informações são do Care2.
Na semana passada, a Comissão sobre o Meio Ambiente escutou especialistas a respeito dos efeitos para a vida animal em soltar borboletas em eventos, como casamentos, funerais e cerimônias especiais.
Segundo ambientalistas, esta prática fere as borboletas e é necessário estabelecer leis que protejam a presença destes animais em seu próprio habitat. Os especialistas afirmaram que, apesar de ser considerado um gesto de carinho, as borboletas são anteriormente capturadas e mantidas em cativeiro.
A resolução proposta pelos especialistas enumera alguns problemas que podem ser causados pela soltura das borboletas, que incluem a propagação de doenças, causando o enfraquecimento das populações nativas de borboletas, assim como pela adição de genes “ruins” para as populações nativas, que já estão adaptadas para o ambiente específico em que vivem.
A indústria de captura e comercialização também prejudica os estudos das populações de borboletas. As observações sobre sua migração, suas localizações e seu acasalamento são prejudicadas pela adição de outras borboletas em épocas aleatórias.
Segundo a Associação Norte Americana de Borboletas, outro grande problema está na criação de um mercado para borboletas vivas (cada uma é vendida por cerca de 20 reais), o que desequilibraria todo o ecossistema onde elas vivem, além de ser uma prática antiética já vista com aves, porcos, boi e vacas.
As Borboletas-Monarcas fazem parte do grupo de espécies em perigo. Nos últimos 15 anos, sua população diminuiu cerca de 80% e, infelizmente, as regiões onde habitam, no México e na Califórnia, são os alvos mais cobiçados por caçadores.
Também há preocupações sobre a falta de “humanidade” em capturar, vender e transportar borboletas para longas distâncias. Terríveis histórias sobre borboletas que chegaram doentes, mortas ou quase mortas barraram algumas empresas e alguns potenciais clientes de continuar com esta prática, entretanto, ela ainda persiste.
Muitos especialistas também temem pela vida das borboletas por serem jogadas em locais estranhos, em um clima estranho e que, apesar de significarem algo belo (para os humanos que assistem), logo após esta primeira impressão o destino certo é a morte, pois estas borboletas ficariam desorientadas e não conseguiriam sobreviver ao novo habitat.
Amber Hasselbring, diretor executivo da organização ecológica Nature in the City, disse à revista Time que o comércio resulta em animais vivos sendo “objetificados e tratados como decoração de festa”, adicionando que há maneiras mais ética e sensíveis de se celebrar um evento especial.
A Associação Internacional de Criadores de Borboletas e comerciantes da espécie estão se opondo à proibição. Eles argumentam que soltar borboletas em eventos é bom para todos e que as pessoas continuarão a fazer pedidos, mesmo após não ser mais permitido.
A comissão aprovou a resolução e concluiu que “muitos cidadãos de São Francisco acreditam que borboletas são animais que merecem respeito e valor como parte da paisagem natural de nossa cidade”. E são animais que “não devem ser usados como decoração ou para o entretenimento”. Contudo, o Conselho de Supervisores terá que aprovar a resolução para que a lei seja instituída. Ela seria a primeira deste tipo no país.
Petição
Assine a petição e peça para que o Conselho de Supervisores haja contra a exploração de animais vivos como decoração de festas e encoraje o respeito à vida selvagem, banindo o uso de borboletas em eventos.