O The Good Food Institute Brasil lançou o Projeto Biomas que vai financiar pesquisas exploratórias com potencial de transformação em produtos vegetais nativos dos biomas da Amazônia e Cerrado em ingredientes alimentícios para a indústria de proteínas alternativas.
Segundo o portal Vegazeta, os pesquisadores terão um aporte de R$135 mim por projeto, e os estudos irão se concentrar em quatro espécies amazônicas (babaçu, guaraná, cupuaçu e castanha-do-brasil) e três do Cerrado (baru, macaúba e pequi), precisando ser realizados em até 12 meses. Os pesquisadores interessados podem se candidatar ao edital até o dia 15.
O GFI espera criar ferramentas de acesso livre e métodos para desenvolver alimentos que sejam saborosos e acessíveis, por meio do programa que conta com suporte de recursos da Fundação Climate Land and Use Alliance (CLUA).
“No Brasil, temos o privilégio de contar com uma vasta biodiversidade, com potencial para transformar espécies nativas de manejos sustentáveis em ingredientes para o mercado de produtos plant-based”, diz a Dra. Katherine de Matos, diretora de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil.
“As pesquisas deverão estabelecer caminhos para valorização, ampliação das informações tecnológicas das espécies nativas e a ampliação do uso desse enorme potencial natural como ingredientes em produtos vegetais, potencializando o desenvolvimento econômico regional.”
A seleção dos projetos a serem estudados foi feita através de levantamento feito pelo GFI Brasil, levando em conta o potencial técnico e econômico de cada espécie. A instituição utilizou números de comunidades produtoras, volume de produção e maturidade da cadeia produtiva, com finalidade de obter os resultados econômicos. Já os técnicos, foram obtidos através dos critérios de composição química dos produtos, potencial tecnológico e aspectos nutricionais.
“A potencialidade da flora nativa brasileira não está refletida nos supermercados, nas feiras e muito menos na cozinha do brasileiro. Como resultado, a sociedade deixa de aproveitar os benefícios decorrentes dessa riqueza. No caso das espécies de uso alimentício, por exemplo, a sociedade acaba não se beneficiando dos elevados valores nutricionais presentes nas espécies nativas. Essa pode ser a grande saída da humanidade para o futuro”, defende Cristiana Ambiel, gerente de Ciência e Tecnologia do GFI Brasil.
O edital do Projeto Biomas aponta diversas possibilidades de temas de pesquisa destacando utilização de resíduos ou subprodutos industriais ou agroindustriais, desenvolvimento e otimização de processos para obter de ingredientes por meio de métodos ecológicos, viáveis e simples de serem aplicados na agroindústria e por associações extrativistas locais.
O projeto também irá realizar desenvolvimento de ingredientes com objetivo de melhorar as características sensoriais de aparência, cor, sabor e textura, promovendo incremento nos aspectos nutricionais e redução do custo no produto final.
De acordo com o GFi Brasil, o objetivo é incentivar o investimento em pesquisa e desenvolvimento da biodiversidade para buscar novas inovações tecnológicas para suprir as demandas de tecnologia sustentável.
“Desta forma, a instituição promove a conservação da floresta em pé, proporciona o desenvolvimento de novas cadeias produtivas e a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais.”