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REPOVOAMENTO

Projeto de ONG traz de volta peixes ao Rio Pardo no estado de São Paulo

Eles foram desaparecendo aos poucos do rio por conta da ação humana

8 de junho de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Curimbatá (Prochilodus lineatus), uma das espécies nativas do rio; Foto: João D’Andretta | Wikimedia Commons

Projeto da ONG Rio Pardo Vivo trouxe vida de volta ao Rio Pardo, um dos maiores de São Paulo com 264 quilômetros de extensão e que atravessam 15 municípios. O projeto “Cardume” reúne biólogos, estudantes e moradores de diferentes cidades, para repovoar com peixes o rio impactado pela instalação de hidrelétricas e poluição urbana.

A ONG estima que ao todo, cerca de 3 milhões de peixes juvenis, recém-eclodidos dos ovos, foram soltos no rio desde 2008, quando o projeto começou. Os peixes são de espécies nativas do corpo hídrico, como pacuguaçu, curimbatá, lambari, dourado, piapara e piracanjuba.

Carlos Cavalcchuki, presidente da ONG e nascido no município de Santa Cruz do Rio Pardo, começou a estudar sobre o desaparecimento dos peixes em 2002. Ele destacou que as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) foram as primeiras causadoras de problemas.

Cavalcchuki é formado em gestão de recursos hídricos e planejamento ambiental e afirmou que viu o rio perder a vida ao longo dos anos. “No rio Pardo teve crescimento desordenado e degradação. Com os esgotos sendo lançados nas águas, somado a interferência de hidrelétricas na região nas bacias dos rios Paraná e Pardo, nós decidimos reagir para a melhoria do meio ambiente”, contou em entrevista à Folha de São Paulo, acrescentando que, após reivindicações, houve melhorias no tratamento de esgoto.

Peixes sendo soltos no rio, na cidade de Bernardino de Campos; Foto: Reprodução | Instagram | ongriopardovivo

Desde quando o projeto foi iniciado, eles soltam anualmente um total de 200 mil peixes divididos em três solturas, com a próxima estando prevista para outubro. De acordo com Cavalcchuki, é necessário avaliar se as condições da água e temperatura estão ideias antes de soltá-los.

“As pessoas estão voltando a confiar no rio. Existe uma melhor qualidade da água. Os animais estão voltando. Os corredores ecológicos melhoraram. Então, com essas ações envolvendo toda a comunidade, nós conseguimos transformar a área degradada em próspera”, destacou.

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