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ESPÉCIE RARA

Projeto de monitoramento no Pantanal flagra matilha de cachorro-vinagre pela primeira vez em MT

Espécie está ameaçada de extinção e foi classificada como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

1 de julho de 2024
Amábile Monteiro, Kátia Krüger, g1 MT e TV Centro América
4 min. de leitura
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Foto: Przemek Pietrak | Wikimedia Commons

Uma matilha de cachorro-vinagre, classificada como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi flagrada, pela primeira vez, pelas câmeras do Projeto Monitoramento da Fauna Silvestre, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT), neste domingo (30), na Estrada Parque Transpantaneira, no Pantanal, em Poconé, a 104 km de Cuiabá.

No vídeo divulgado pela secretaria, é possível ver quatro cachorros-vinagre andando juntos à luz do dia, às 7h42. Por mais que o vídeo só tenha sido divulgado neste domingo, o registro foi feito no dia 12 deste mês.

De acordo com o pesquisador, doutor em ecologia e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Roberto Fusco, o cachorro-vinagre é o único canídeo sul-americano que vive em matilha, podendo formar grupos com até 11 indivíduos. A espécie é caracterizada pelas pernas curtas e as garras afiadas e grandes, maiores do que as de cães domésticos do mesmo porte.

“Esse animal é muito raro e poder encontrá-lo é algo excepcional e exige sorte. Ele está vulnerável e pode desaparecer em vários lugares, como ocorreu, por exemplo, em vários locais da Mata Atlântica”, disse.

Ele ainda disse que o cachorro-vinagre é um animal que vive em média 10 anos na natureza e tem uma dieta composta principalmente de paca, tatu e roedores. Conforme relatórios publicados pelo Instituto Chico Mendes, essa espécie tem probabilidade de ser extinta em, no máximo, 100 anos. Os principais fatores que contribuem para esse risco incluem o desmatamento, atropelamentos, caça de suas presas e infecção por doenças, como raiva e sarna, transmitidas por animais domésticos.

O pesquisador contou que a espécie é pouco conhecida, mas sua aparição demonstra que há preservação ambiental no local. A suspeita de origem do nome curioso é que seja derivada de sua cor. No entanto, não há informações oficiais que indiquem isso.

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