O deputado federal Nelson Bardudo (PSL-MT) protocolou na última sexta-feira (9) na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 2507/2021, que legaliza a criação de galos explorados para rinhas das raças mura, shamo, sumatra, asil e outras.
Sob a desculpa de promover a preservação genética das espécies, o PL autoriza “a criação, o manejo e a exposição das aves domésticas” exploradas e torturadas em rinhas. O texto cita a domesticação de galos “com a finalidade de entretenimento, proporcionada pelas brigas de galo” e naturaliza a exploração desses animais, que são submetidos a extremo sofrimento. “É importante destacar que a criação de galos combatentes com o propósito de entretenimento é prática cultural difundida desde a antiguidade, na Ásia, África e Europa. No Brasil, as primeiras aves domésticas de combate foram introduzidas logo no início do processo de colonização”, afirma.
Na proposta, o autor diz que há um ambiente de insegurança jurídica para a “prática do galismo” e diz que isso pode levar à extinção das aves exploradas em rinhas.
O parlamentar também relaciona a criação de galos explorados para rinhas com animais que sofrem nas mãos de produtores rurais que os exploram para a venda de carne e ovos. Essas práticas cruéis são defendidas pelo ruralista, assim como os testes em animais que condenam milhões de vidas à tortura.
Ao fazer a menção à agropecuária e aos experimentos científicos, Barbudo afirma que as aves exploradas em rinhas “são uma fonte valiosa de variabilidade genética para o aperfeiçoamento de raças domésticas usadas na produção de carne e ovos, assim como pesquisa e desenvolvimento de medicamentos”.
Rinhas: exploração e crueldade
A briga de galos é uma prática sangrenta que envolve manipuladores criando e treinando galos para serem especialmente agressivos, de modo que um dia possam ser jogados em um cercado para lutar até a morte enquanto as pessoas apostam no vencedor.
Antes da partida, os galos têm suas penas arrancadas, seus gingados cortados e armas semelhantes a adagas afixadas em seus corpos para tornar a partida ainda mais brutal e cruel.