A Câmara Municipal de Guarujá, no litoral de São Paulo, aprovou o Projeto de Lei Nº 168/2021, que regulamenta a prática da vaquejada no município, condenando os animais à exploração e ao sofrimento para entretenimento humano. Com a aprovação, a proposta segue para análise da prefeitura do município, que deverá decidir pela sanção ou pelo veto.
O próprio texto da medida deixa claro a crueldade inerente à vaquejada ao expor que “consideram-se evento de vaquejada atividade cultural do Nordeste brasileiro, na qual dois vaqueiros montados a cavalo têm de derrubar um boi, puxando-o pelo rabo, entre duas faixas de cal do parque de vaquejada”.
O projeto de lei também autoriza o manejo e a condução dos animais, por parte de veterinário ou tratador supervisionado pelo profissional de medicina veterinária, “com a utilização do condutor elétrico”. Esse equipamento é conhecido por dar choque nos animais, forçando-os a se locomover em resposta à dor que sentem.
No texto, o autor da medida, o vereador Fernando Martins dos Santos (MDB), conhecido como “Peitola”, enumera uma série de determinações que, segundo ele, visam garantir o bem-estar dos animais — dentre elas, os materiais utilizados em equipamentos colocados nos bois, como o sedém; a obrigatoriedade de haver um veterinário no evento; o uso de um protetor de calda nos bois; dentre outras regras.
As normas, porém, podem no mínimo reduzir o estresse e o sofrimento imposto aos animais, mas não são suficientes para livrá-los das dores e incômodos inerentes à vaquejada, que é cruel por si só.
Ativista pelos direitos animais, Vivi Vargas recorreu às redes sociais para se manifestar contra a aprovação do projeto. Conforme mencionado pela ativista, “vaquejada não é cultura, é tortura”. “Quanta tristeza, quando achávamos que estávamos evoluindo a respeito da causa animal eu me deparo com a aprovação de um projeto de lei que autoriza a vaquejada!! Senhor, que cultura é essa? Que esporte é esse? Fui até a câmara assistir a sessão e pelo que eu vi os animais são apenas uma brincadeira mesmo, usados para fazer política quando convém. Vergonhoso!!”, escreveu.
“Não posso deixar de parabenizar o Vargas, o Figueira, o Raphael Vitiello e Waguinho pelos votos contrários ao projeto. Aos demais, principalmente, os que saíram correndo do plenário para não votar. que repensem, pois os animais são seres inocentes que sentem dor, fome, frio, medo!”, concluiu.