O membro da Assembleia da Califórnia, Steve Bennett, apresentou um projeto de lei, que está sendo chamado de Lei da Califórnia Contra a Crueldade com Polvos (OCTO). Este projeto visa proibir a criação de polvos para o consumo tanto em terra quanto na água, ao mesmo tempo que proíbe a importação de polvos criados em fazendas para a Califórnia.
Ao liderar essa iniciativa, a Califórnia está prestes a se tornar pioneira em tratar das preocupações éticas e ambientais em torno da criação de polvos, evitando uma indústria controversa e cruel antes que se estabeleça no estado. “Os polvos são principalmente criaturas solitárias que não são adequadas para reprodução em larga escala. A OCTO impedirá danos desnecessários e sistemáticos a esses animais fascinantes”, declarou Bennett.
Os polvos são animais muito inteligentes. Eles possuem a capacidade de aprender novas habilidades, navegar em labirintos, demonstrar comportamento de fuga e até usar ferramentas de disfarce, como a camuflagem. No entanto, esses seres altamente conscientes têm necessidades específicas que não podem ser adequadamente atendidas nas fazendas de criação. O confinamento desses animais, como qualquer ser vivo, resulta em níveis elevados de estresse, aumento da agressão e taxas de mortalidade elevadas.
Além disso, os métodos utilizados no abate de polvos são considerados altamente desumanos, incluindo práticas como golpes, cortes, asfixia e resfriamento. A introdução da OCTO não apenas aborda as considerações éticas relacionadas ao bem-estar animal, mas também reconhece a dignidade e a consciência desses animais.
Jennifer Hauge, gerente de assuntos legislativos da ONG Animal Legal Defense Fund, destaca a importância desse esforço legislativo. “Este é um momento crucial, não apenas na Califórnia, mas em todo o país, no esforço para proteger os polvos do sofrimento que outros animais já suportam em fazendas industriais”, disse Hauge para a One Green Planet.
Além das considerações éticas, a criação de polvos apresenta riscos ambientais significativos, incluindo o potencial de escorrimento de nitrogênio e fósforo, poluição e perturbações nos ecossistemas marinhos. As instalações de aquicultura podem agravar a degradação ambiental pelo uso de antibióticos e pesticidas, que podem contaminar esses ecossistemas e perturbar o equilíbrio ecológico.