Nesta sexta-feira (22), a equipe do Projeto Baleia Franca decolou da cidade de Içara (SC) com o objetivo de fazer o monitoramento dos mamíferos desde o sul da Ilha de Santa Catarina até a divisa com o Rio Grande do Sul. A equipe que fez o sobrevoo contou com a participação do Dr. Paulo Flores, Analista Ambiental do Centro Mamíferos Aquáticos/ICMBio, responsável em fotografar as baleias durante todo o voo, para que seja possível, posteriormente, a identificação individual de cada uma delas. Além das fotos, a equipe irá contar com vídeos feitos por uma produtora que também participou das sete horas de voo.
Ao todo foram avistadas 35 baleias, dessas, 13 são pares de mães com seus filhotes, além de sete animais adultos e dois jovens. Um número dentro do esperado pelos pesquisadores, no entanto, o que chamou atenção foi a distribuição das baleias, a maioria concentrada em Laguna, entre o mar Grosso e a praia do Sul, onde 15 baleias foram avistadas.
“Estamos apenas no início da temporada e muitas baleias ainda irão chegar em Santa Catarina para acasalamento e nascimento dos filhotes. O próximo sobrevoo, será em setembro, período correspondente ao auge da temporada reprodutiva das baleias francas em SC” disse Karina Groch, diretora de pesquisa do Projeto Baleia Franca.
Baleias conhecidas voltam a Santa Catarina
Duas baleias bastante conhecidas, identificadas pelo Projeto Baleia Franca desde 1999, foram avistadas durante o sobrevoo. Uma delas foi a primeira baleia registrada pelo projeto no início desta temporada e batizada pelos voluntários deste ano com o nome de Ivone, em homenagem à avó de uma das voluntárias. “A baleia Ivone foi avistada no dia 2 de julho na praia de Itapirubá e estava sozinha, ainda sem filhote. Agora foi avistada na praia da Gamboa, já com seu filhote recém-nascido. As baleias francas tem um filhote a cada 3 anos, e os registros da Ivone no Estado seguiram este intervalo, este é quinto filhote que a Ivone tem aqui em SC, ao longo destes anos” fala com entusiasmo a Diretora de Pesquisa.
A outra baleia identificada e velha conhecida foi batizada há alguns anos de Felícia. O mamífero voltou para Santa Catarina neste ano com o filhote de um ano de idade para o desmame. “Com um ano de idade o filhote já está com as calosidades bem formadas – o que não ocorre com recém-nascidos – e poderá ser catalogado pelo PBF, proporcionando assim a possibilidade de reconhecimento futuro e acompanhamento das próximas gerações da família da baleia Felícia” revela Karina.
Fonte: ND Online