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RECOMEÇO

Projeto ajuda cães com deficiência a encontrarem novos lares com a ajuda das redes sociais

20 de março de 2024
5 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Instagram

Encontrar um lar para animais abandonados ou resgatados de maus-tratos é uma difícil missão assumida por protetores em todo o mundo, e tudo se torna ainda mais complicado quando esse animal passa por alguma condição específica, como ser idoso ou portador de deficiência física.

Buscando trazer maior visibilidade a esses pets, a psicóloga Sophia Porto Kalaf criou o Projeto Cãodeirante, inspirada na história de seu próprio animal doméstico, o cachorro Marrom, adotado em 2016.

Marrom viveu na rua até os dois anos de idade, quando foi atropelado e levado para um abrigo, ficando por lá por mais três anos, até finalmente ser encontrado e adotado por Sophia que, à época, era voluntária na causa animal e ajudava o abrigo a conseguir novos adotantes.

“Decidi fazer uma campanha de adoção para animais que tinham menos chances de terem [adotantes] interessados”, conta Sophia. Ela levou Marrom para a casa dela, com o objetivo de melhorar a saúde do pet, para que ele tivesse mais chances de encontrar um lar.

Com a convivência, Sophia começou a notar uma série de particularidades nos cuidados com um cão cadeirante, — até então ela não havia recebido qualquer tipo de informação ou orientação.

“A lacuna nas informações sobre esses pets e a escassez de interessados pelos animais menos vistos [deficientes e idosos] inspirou a criação do projeto, que tem como objetivo dar visibilidade e incentivar a adoção de pets com deficiência”, conta ela.

Além de mascote, o cãozinho sem raça definida era símbolo e CEO do Instituto, que agora é também reconhecido como o seu legado. Marrom morreu em setembro de 2023, aos 12 anos, vítima de miastenia, uma doença neuromuscular rara.

Uma das maiores dificuldades em se cuidar de um animal com deficiência está na rotina de cuidados com a saúde uma vez que esses animais podem precisar, por exemplo, de ajuda para fazer as necessidades fisiológicas.

Atualmente, o projeto conta com apoio de profissionais especializados. “Nós temos duas veterinárias voluntárias que nos auxiliam”, conta Suiane Torres, voluntária da Cãodeirante e organizadora do Encontro Nacional de Pets Especiais (ENPE).

Assim como Sophia, Suiane também é tutora de animais com deficiência. “Nós tivemos que aprender na marra os manejos, então nós que ensinamos aos adotantes. Nós orientamos sobre como esvaziar a bexiga, o intestino […] Nós temos vídeos sobre isso nas redes sociais e no site”, diz.

Ela continua: “Muitos veterinários, inclusive de resgates nossos, falam ‘[o pet] sabe fazer xixi sozinho’, quando, na verdade, [os animais] não fazem e a falta de esvaziamento [da bexiga] nesses casos, mesmo com essa incontinência urinária, gera uma infecção. É importante fazer esse esclarecimento, ter esse manejo correto para evitar diversos problemas.”

O trabalho do Instituto Cãodeirante

Hoje o Instituto já não realiza mais os resgates diretamente, por questões financeiras como manter um alto número de animais no abrigo e, também, dificuldades em custear os lares temporários — já que esses animais precisam de uma atenção maior que um pet com plenas condições físicas.

“A gente parou de fazer resgate, até porque a gente tem uma dificuldade muito grande com o lar temporário. É muito complicado”, diz Suiane, destacando que o projeto ainda atua em feiras de adoção — próprias e coletivas —, além de promover eventos de terceiros e onlines.

“A gente promove encontros de animais com deficiência e, além disso, a gente recebe muitos pedidos de pessoas interessadas em adotar um animal com deficiência. A gente faz esse trabalho de entender o perfil do adotante e mostrar para ele a deficiência do animal, assim como os cuidados necessários para a rotina dele. O principal objetivo de nosso trabalho hoje é de trazer informação.”

Como ajudar o projeto

Por não manter mais animais sob seus cuidados, o Instituto Cãodeirante não conta com uma arrecadação de fundos contínua, e sim apenas para a realização de eventos ou indicando doadores fixos para ONGs e abrigos de animais.

“A primeira forma mais eficiente de nos ajudar é adotando ou compartilhando as nossas redes [sociais] para adoção, indo às feiras e comprando nossos produtos”, explica Sophia.

Os produtos e valores arrecadados por doação são direcionados para a realização de feiras de adoção e tratamentos de animais, como fisioterapia, cirurgia, entre outras necessidades. Há ainda uma página com documentos de prestação de contas no site.

Fonte: Canal do Pet

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