As construtoras geralmente não possuem em seus quadros profissionais especializados no trato com animais silvestres, como as preguiças e os macacos sauim de Manaus que, afugentados, tentam fugir das máquinas e do homem e morrem, na maioria das vezes, atropelados por veículos quando ganham as rodovias.
De acordo com o arquiteto urbanista James Kuck, a expansão da cidade para áreas distantes ocorre porque o mercado imobiliário não tem mais espaço para construir unidades habitacionais horizontalmente dentro do perímetro urbano. Kuck ressalta que muitas delas são são ilegais, fora do plano diretor da cidade.
“Esses lugares são protegidos pelo plano diretor do município, mas os órgãos responsáveis muitas vezes fazem vista grossa para essas obras. Isso acarreta vários problemas sociais. Um deles é a questão da mobilidade urbana”, salientou urbanista.
Para o consultor ambiental do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Amazonas, Antônio Mesquita, essas construções não são irregulares, pois os terrenos são de empresas particulares. Ele diz que as empresas têm apenas de acionar os órgãos públicos que vão impor uma série de regras para licenciar a execução do empreendimento. Em relação aos animais silvestres, Mesquita defende que as construtoras têm de ter um profissional habilitado em meio ambiente para fazer a remoção deles e entregá-los aos órgãos de meio ambiente.
“Para construir em área de floresta, a empresa responsável pela obra tem que acionar os órgãos públicos e deve obedecer vários critérios. É realizado um estudo de impacto, de vizinhança e do trânsito, e outro estudo, mas sobre as espécies que vivem no local. O consultor lembra que, de acordo com a legislação ambiental, cada obra deve obedecer ao critério de deixar 5% de área intacta.”
A Floresta
Com base na sinopse divulgada no último dia 1º de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre os dados do Censo de 2010, o bairro Tarumã, Zona Oeste, onde está concentrada a maior área verde da cidade, foi o que teve maior crescimento populacional em Manaus nos últimos anos. De acordo com os dados, o bairro apresenta uma evolução de 284% em relação ao último censo realizado em 2000.
Fonte: A Crítica